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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A MODA ANALISADA DA SOMBART

Uma interessante leitura da MODA feita pelo economista e sociologo SOMBART. Vale muito a pena ler!!!

fonte: "Sociologia economica" de Carlo Trigilia - professor universidade de Florença


Com o desenvolvimento do espírito capitalistico, este cresce em intensidade e se espalha para outros grupos sociais e novas áreas geográficas, também se verifica um progressivo estimulo a especialização da funçao empresarial que permite aos empresários concentrar seus esforços em determinadas funções estratégicas – na direção da descentralizaçao da atividade empresarial – que atingir o clímax com o financiador. Portanto, há um impulso para a decomposição do trabalho; era necessário descompor as tarefas mais complexas em uma variedade de tarefas acessíveis também aos trabalhadores pouco qualificados provenientes de áreas rurais, subordinando-lhes às máquinas; a racionalização se estende à empresa no seu todo, que se organiza com uma burocracia interna, ou seja, com uma precisa hierarquia de funções e com precisos procedimentos em relação aos diversos níveis da empresa, adaptando a estrutura da empresa ao objetivo de maior rentabilidade.

Além disso, o desenvolvimento técnico não é obstaculado, mas é estimulada pelo Estado, introduzindo novas técnicas de produção e de transporte: nesse quadro se afirma uma democratização do empreendedorismo no sentido de que é mais fácil o acesso ao papel empreendedor para todos os grupos sociais, porque sao principalmente as componentes cognitivas especializadas a alimentar o espírito empresarial.


Para aumentar a estabilidade do processo produtivo não só é necessário racionalizar o uso do trabalho e a organização empresarial, mas também é fundamental que os consumos sejam influenciados pelas empresas: o instrumento principal do qual se servem as empresas se servem para tal objetivo é constituido da MODA que permite a homogeneização dos consumos, sem a qual o período de utilização de cada bem/produto seria mais longo, mas haveria uma gama muito maior de bens de uso, como aconteceu no primeiro capitalismo. A homogeneidade dos produtos garantidos pela MODA permite que as empresas desfrutem ao maximizar as economias de escala*. Enquanto, inicialmente, a MODA restrita às classes sociais altas, no seguir tende a difunder-se também entre as classes sociais mais baixas, graças às novas condições de vida ligadas ao urbanismo. L MODA torna-se, portanto, um elemento cada vez mais importante para a afirmaçao e ao reconhecimento social, num contexto em que diminuem os antigos laços do tipo comunitario.

*Economias de Escala, a grosso modo, é um processo mediante o cual os custos unitarios de produçao diminuem ao aumentar a quantidade de unidades produzidas ou, dito de outra forma, aumenta a produtividade.

FILMADO HOMICIDIO DA MAFIA A NAPOLES- ITALIA

Nao, nao me enganei. Algum pode pensar: "Sim, esse aì se enganou e colocou um video de Bogotà, do Rio de Janeiro ou da Cidade do Mexico, e disse que era na Italia...". Mas, aconteceu em Napoles. O mais impressionante pra mim, e con tristeza digo, jà nem é mais a morte de uma pessoa, o homicidio em si, mas aquilo que o escritor napolitano, Roberto Saviano, definiu como "tragica serenidade", referindo-se a banalidade que se tornou esse tipo de crime na sua cidade. Todas as palavras que poderia achar seriam insuficientes para descrever a indiferença das pessoas frente a um homem caido por terra, com a cabeça estourada, com disperder-se do sangue pela calçada... Na minha inutil opiniao (podem pensar que eu tenha uma mentalidade colona, de interior, que nao seja habituado a "vida da cidade") acredito que chegamos a um punto critico . Isso nao poderia acontecer naquela que se auto-define sociedade civilizada sem uma revolta generalizada. O comportamento das pessoas frente a um homicidio é mais desprezivel hoje do que quando viviamos na idade média. Epoca terrivel na qual vivemos. No fim de seu comentario na TV, Saviano termina dizendo: "Fica uma imagem tragica...por que mostra como, em certas partes da Italia, a vida nao vale nada".

é muito triste chegarmos ao ponto de dizer, ou pior ainda, chegarmos ao ponto de presenciar que a VIDA -- ou seja, o misterio do universo, a coisa mais fantastica , inexplicavel e maravilhosa que conhecemos, aquilo que bilhoes de pessoas acreditam ser uma dadiva de Deus -- NAO VALE NADA. Para meu consolo, resta minha convicçao de que nao valha nada para muitos, mas para alguns ainda é considerada como o mais importante, seja tudo!


fonte do texto abaixo :

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1405032&seccao=Europa


A polícia napolitana divulgou, ontem, o vídeo do homicídio de Mariano Bacioterracino, um elemento da Camorra, que ocorreu no passado dia 11 de Maio no bairro La Sanitá, em pleno centro de Nápoles, na Itália.

As imagens são violentas e frias. Registam como se morre na Camorra, no sul de Itália, em plena União Europeia : com indiferença e calma absoluta sem hesitações. Em segundos, tudo acontece na rua, em plena luz do dia.

O assassino dispara quatro vezes: no corpo, na cabeça e finalmente um tiro na nuca. Ao terminar a matança, o assassino põe-se em marcha tranquilamente, sem pressas. A senhora que aparece no vídeo também caminha sem sequer olhar para trás mesmo depois de escutar tiros.

Bacioterracino, de 53 anos, era membro da Camorra especialista em assaltos a bancos. A polícia continua sem dados do assassino depois de meses de investigação decidiu exibir o vídeo no sentido de pedir a colaboração dos cidadãos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PAPA CONTRA OS PARAISOS FISCAIS (CERTO, AQUELES QUE NAO SEJAM DA SANTISSIMA IGREJA CATOLICA ROMANA!!)

O Vaticano contra "o escândalo dos paraísos fiscais e dos bancos off-shore, que são muitos e difusos". A poucos dias da advertência lançada pelo bispo Gianpaolo Crepaldi, secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, o Papa, recebendo a Centesimus Annus-Pro Pontífice, fundação envolvida com atividades caritativas, antecipou na manhã deste sábado os temas da encíclica social que será publicada em duas semanas.

A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no jornal La Stampa, 13-06-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Segundo o Papa Ratzinger, os danos de um sistema baseado na idolatria do dinheiro e no egoísmo obscurecem a razão e a vontade do homem, conduzindo-o por caminhos errados. Na tempestade dos mercados, a crise é a ocasião para se repensar a economia, tendo-se em conta as exigências de todos os estratos da sociedade. Uma linha testemunhada por quem, como Crepaldi, refletiu com o Pontífice sobre uma crise que exige, para se sair dela, "não apenas reativar os sistemas financeiros dos países desenvolvidos e emergentes, mas também bloquear a volatilidade dos capitais e o escândalo dos paraísos fiscais e dos bancos off-shore". Com uma crítica a "países como a Itália, que se manifestam contra os paraísos fiscais, mas, em vez de suprimi-los, hospedam-nos e fazem uso deles".

Mas, enquanto isso, há silêncio nos Palácios Sagrados sobre o livro-bomba "Vaticano spa", baseado no arquivo secreto de Dom Renato Dardozzi (conselheiro econômico da Secretaria de Estado), que documenta como um rio de dinheiro, entre dinheiro vivo e títulos de Estado, que foi veiculado pelo IOR (Instituto para as Obras Religiosas) em uma trama "off-shore" de depósitos ilícitos registrados em nome de fundações inexistentes.

Entre 1989 e 1993, foram realizadas operações desses depósitos que somam 252,2 milhões de euros na cotação atual, movimentações em dinheiro vivo de até 100 milhões e transferências de 100 milhões em Certificados de Crédito do Tesouro (CCT) [título de crédito com rendimentos de taxas variáveis]. Uma das contas tinha a assinatura de Giulio Andreotti em um depósito dirigido à Fundação Cardeal Francis Spellman.

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COMENTO MIO: Giulio Andreotti político democrata cristão italiano. Ocupou por diversos mandatos o cargo de primeiro-ministro da Itália. Desde de 1991 é senador vitalício por nomeação presidencial. Líder do Partido Democrata-Cristão italiano, foi primeiro-ministro nos períodos de 1972-1973, 1976-1979 e 1989-1992. Andreotti foi processado a Palermo e na sentença de apelo, 2 maio 2003, estabeleceu que Andreotti tinha cometido o "reato de participaçao à associaçao para delinquir" (mafia Cosa Nostra), "concretamente identificado até a primavera de 1980", que porém era "estinto por prescriçao". Parte da sentença da Corte de Apelo de Palermo, 2 maggio 2003, fala de "uma autentica, estabile e amigavel disponibilidade do imputado verso os mafiosos até a primavera del 1980" (http://www.repubblica.it/online/politica/giuliopalermo/assolto/assolto.html). Interrogado pela procura de Palermo dia 19 maggio 1993, o superintendente chefe da policia Francesco Stramandino, declarou de ter visto em 19 agosto 1985, na qualidade de responsavel da segurançado entao ministro do exterior Andreotti, um encontro entre o politico e aquele que sò depois seria identificado como "boss" (chefe na linguagem mafiosa) Andrea Manciaracina, na época vigiado especial e homem de confiança de Totò Riina (chefe mafia Corleonesi).

E ASSIM SOMOS ENGANADOS A VIDA INTEIRA POR SERES QUE CREEM QUE NA TERRA é QUE SE ALCANçARAO AS GLORIAS!!!

Basta ler e procurar entender onde vivemos para se dar conta de que fomos, somos e seremos por muito tempo "enrabados" e nao sò pela igreja....


SARNEY LEGISLANDO EM CAUSA PROPRIA

Depois as pessoas se perguntam por que o Brasil nao vai pra frente!!! Muito fàcil, primeiro senadores, deputados defendem interesses proprios e depois o interesse de quem os votou (se sobrar tempo na agenda...obvio!).


fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1225114-5601,00-SARNEY+USOU+CARGO+PARA+AJUDAR+FUNDACAO+DIZ+JORNAL.html

Sarney usou cargo para ajudar fundação, diz jornal

Ele pediu que advocacia da Casa ingressasse contra lei que o prejudicou.
Presidente do Senado afirmou que não houve irregularidade.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teria usado o cargo de senador para defender interesses da Fundação Sarney segundo reportagem publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" nesta sexta-feira (10).

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa de Sarney disse que não há irregularidade no pedido para que a advocacia geral da Casa ingressasse contra uma lei que o prejudicava.

De acordo com o jornal "Folha de S. Paulo", uma lei estadual de 2005 determinou a reintegração do Convento das Mercês, local onde funciona a Fundação José Sarney, ao governo do Maranhão.

Em novembro do mesmo ano, um documento asssinado pelo senador solicita à Mesa Diretora do Senado que protocolasse uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei.

O pedido foi atendido e, um mês depois de o Senado entrar com a ação, o STF deu liminar que suspendeu a eficácia da lei e garantiu a permanência da fundação no edifício.

A lei garante à Mesa Diretora do Senado a prerrogativa de ingressar no STF com esse tipo de ação. Mas, segundo o jornal, foi a única vez que a Casa contestou uma lei estadual nessa corte.

sábado, 24 de outubro de 2009

FECHA O CERCO A BERLUSCONI - ACUSADO DE COLABORAR E SER A REFERENCIA DA MAFIA

"Berlusconi era referente político"

http://www.lariaeditutti.org/merlino/wordpress/wp-content/uploads/2009/06/basta_berlusconi_economist.jpg
Capa revista inglesa The Economist: "Basta. Hora da Italia demitir Berlusconi"


PALERMO, 23 OUT (ANSA) - O mafioso arrependido Gaspare Spatuzza, declarou à magistratura que o premier Silvio Berlusconi e seu amigo Marcello Dell'Utri foram referentes políticos da máfia, que negociou com o Estado entre 1993 e 2003-2004 a suspensão dos ataques contra instituições.

É o que consta das atas apresentadas hoje (23) durante um processo de segunda instância em Palermo, no qual Dell'Utri (senador do Partido Povo da Liberdade, PDL, comandado por Berlusconi) está sendo julgado por associação mafiosa.

Em primeira instância Dell'Utri foi condenado a nove anos de prisão, mais dois de liberdade vigiada, interdição perpétua dos cargos públicos e uma multa de € 70 mil.

O advogado de Berlusconi, Niccolò Ghedini, disse que as declarações de Spatuzza sobre o premier "carecem totalmente de fundamento" e anunciou que contra elas "se procederá em todas as sedes oportunas". (ANSA)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

MY LAI - CONHECENDO OS ESTADOS UNIDOS


Essa é uma recente foto na qual uma americana humilha um preso no Iraque. Apenas mais um dos tantos crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos nas suas guerras pelo mundo cultivando "liberdade e democracia". Mas existem muitas; uma em particular: MY LAI


My Lai (pronúncia em português: Mi-Lai) é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército norte-americano, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietnã. Antes de serem mortas, algumas das vítimas foram estupradas e molestadas sexualmente, torturadas e espancadas. Alguns dos corpos também foram mutilados.

Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria servindo de refúgio para guerrilheiros norte-vietnamitas, foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região as sete da manhã para compra de comida e que, conseqüentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.

Esta foto tirada pelo soldado do Exército dos EUA e integrante da Companhia Charlie, Ronald Haeberle, foi divulgada na imprensa de todo mundo em 1969 e causou uma comoção internacional que levaria a apressar as conversas de paz pelo fim da Guerra do Vietnam.


Como conseqüência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, suspeitando que os habitantes encontrados fossem guerrilheiros e considerando todos como uma ameaça, abriram fogo indiscriminadamente contra os habitantes da aldeia, matando velhos, mulheres, crianças e recém nascidos em quase sua totalidade, num total entre 357 e 504 civis mortos, de acordo com a fonte, norte-americana ou vietnamita. No local hoje, há um memorial em que lista o nome de 504 vítimas.

O massacre que durou várias horas de caça a sobreviventes, só foi interrompido por iniciativa de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança e o assassinato de civis feridos, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras de sua própria nave contra soldados americanos.

O crime só veio a público um ano depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles escreveu a diversos integrantes do governo americano, inclusive ao Presidente Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e as estamparam na mídia mundial, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietnã.

Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de fatos e provas no caso de My Lai. Comparado pela mídia de esquerda aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a II Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazistas depois da guerra, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes foi indiciado e julgado.

Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo Presidente Richard Nixon*, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.


* Presidente que,como Collor, teve que pedir demissao depois do escandalo
Watergate (link wikipedia).
Entretanto foi substituído pelo vice Gerald Ford, que assinou uma anistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido... e a roda gira e nao troca a musica!!!


IRMA MAIS VELHA DA IGREJA UNIVERSAL COMEçA A CAçA AOS FIéIS


Novo cânone católico facilita conversão de anglicanos

fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,novo-canone-catolico-facilita-conversao-de-anglicanos,453677,0.htm

CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI aprovou um novo cânone eclesiástico que vai permitir aos anglicanos se juntarem à Igreja Católica, com direito à manutenção de muitas das suas tradições espirituais e litúrgicas, dentre elas a existência de padres casados. No passado, tais isenções eram conferidas apenas em alguns casos. O novo cânone da igreja vai facilitar a conversão de anglicanos ao catolicismo, medida que tem como alvo os fiéis descontentes com a ordenação de mulheres e gays como bispos anglicanos.

O cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, anunciou o novo cânone durante uma coletiva de imprensa. A decisão levantou perguntas sobre como o cânone será recebido pelos 77 milhões de anglicanos, parte dos quais deixou a igreja por causa da ordenação de mulheres como bispas, a existência de um bispo que é declaradamente gay e a bênção a uniões entre pessoas do mesmo sexo.

O líder espiritual dos anglicanos, Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, reduziu a importância do novo cânone e disse que não se tratava de uma explanação sobre os problemas dos anglicanos. "Isso não tem impacto negativo sobre as relações de comunhão com a igreja católica", disse ele.

A legisladora britânica conservadora Ann Widdecombe, que deixou a igreja anglicana e tornou-se católica, saudou a decisão do Vaticano. "Fico feliz se (a conversão) se tornar mais fácil porque quando tivemos o último grande êxodo, em 1992, por causa da ordenação de mulheres, a igreja católica não estava pronta", disse ela em Londres. "Havia enormes discrepâncias em todo o país e o direcionamento do Vaticano chegou tarde".

As novas entidades católicas, chamadas de ordinariados pessoais, serão unidades de fé estabelecidas pela igreja e lideradas por ex-prelados anglicanos que fornecerão auxílio espiritual a ex-anglicanos que queiram se tornar católicos. Elas vão aproximar ordinariados militares católicos, unidades especiais da igreja estabelecidas na maioria dos países para dar ajuda espiritual para integrantes das forças armadas.

domingo, 11 de outubro de 2009

REALIDADE MUSICAL.... "Com o livro em uma mao e com a bomba na outra..."


Clique aqui para ver video


La macchina che guidi (o carro que diriges)
guarda bene non è tua, (olha bem, nao è tua)
la paghi tutti i giorni (a pagas todos os dias)
al fabbricante di liquame (ao fabricante de )
che va a cena con i santi (que vai a janta com os santos)
che t'infilano le bombe nelle tasche. (que te botam as bombas no bolso)

E fanno guerre (e fazem guerras)
che bruciano ragazzi come te (que queimam rapazes como tu)
che cadono col sogno di proteggere un sogno (que morrem com o sonho de proteger um sonho)
e in chiesa la gente che piange (e na igreja a gente que chora)
fa largo e si stringe, (“procura lugar” e se aperta)
nel posto in prima fila (pra um lugar em primeira fila)
c'è sempre un governante (tem sempre um governante)
che tratta col mercante (que negocia com o mercante)
che cena con i santi (que janta com os santos)
che tirano le bombe (que lança as bombas)
e tirano le somme (e puxa as somas (dinheiro))
e il ciclo non si rompe, (e o ciclo nao se quebra)
la guerra non è santa, (a guerra nao è santa)
ma noi stiamo arrivando... (mas nòs estamos chegando)

COL LIBRO IN UNA MANO, (com o livro em uma mao)
LA BOMBA NELL'ALTRA... (a bomba na outra)

Nel pane c'è il corpo, (no pao tem o corpo)
nel vino c'è il sangue; (no vinho tem o sangue)
nell'oro il demonio, (no ouro, o demonio)
nell'umiltà il santo... (na humildade o santo…)
Nel pane c'è il corpo, (no pao tem o corpo)
nel vino c'è il sangue; (no vinho tem o sangue)
nell'oro il demonio, (no ouro, o demonio)
nell'umiltà il santo... (na humildade o santo…)

Scintilla un anello (Brilha um anel)
di giallo metallo, (de amarelo metal)
la mano pietosa (a mao piedosa)
saluta il Consiglio... (saúda o conselho)
Al polso gemelli (No pulso gemeos)
di rosso rubino, (de vermelho rubi)
su un abito bianco (sobre um vestido branco)
di seta e di lino... (de seda e linho)
La porpora è un manto (A purpora è um manto)
di gloria e di vanto, (de glòria e de vanto)
sul petto una croce (sobre o peito uma cruz)
con sopra il suo Santo... (sobre ela o seu Santo)
"Non m'immortalate!" (“nao me imortalem!”)
diceva il suo canto, (dizia o seu canto)
"Non mi sbandierate!", (“nao me ostentem!”)
gridava il suo pianto. (gritava o seu choro.)

Nel pane c'è il corpo, (no pao tem o corpo)
nel vino c'è il sangue; (no vinho tem o sangue)
che Dio ci perdoni, (que Deus nos perdoe)
se stiamo pregando... (se estamos rezando)

COL LIBRO IN UNA MANO, (com o livro em uma mao)
LA BOMBA NELL'ALTRA... (a bomba na outra)

Abbiamo il fuoco, (temos o fogo)
abbiamo ragione. (temos razao)
Saremo più grandi, (seremos maiores)
saremo più uniti, (seremos mais unidos)
saremo più forti (seremos mais fortes)
di chi ci ha colpiti...
(daqueles que nos golpearam…)

COL LIBRO IN UNA MANO, (com o livro em uma mao)
LA BOMBA NELL'ALTRA...
(a bomba na outra)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

BERLUSCONI visto pelo "The Economist"

Berlusconi rebaixa Itália, mas desta vez não está acima da lei

Caio Blinder, de Nova York

NOVA YORK- Bella Italia? Não. Feia Itália ! Este é um país em que beldades anunciam que foram pagas para ir à cama com Silvio Berlusconi e o primeiro-ministro paga qualquer coisa para amordaçar a imprensa, intimida opositores e acusa a Justiça que derruba sua imunidade penal de estar a serviço da esquerda. Triste Itália em que este magnata das comunicações guindado ao poder rebaixa o país.

Na expressão da revista "The Economist", a Itália hoje parece uma remota ditadura. Ali no coração da Europa civilizada, dezenas de milhares de pessoas precisam sair à ruas para gritar por liberdade de expressão, como aconteceu no sábado passado em Roma. Ao menos a Corte Constitucional (Supremo Tribunal) agiu com independência e na quarta-feira derrubou a lei que protegia Berlusconi de processos penais enquanto estivesse no cargo, alguns associados à corrupção no seu império de comunicações.

A Itália de Berlusconi está rebaixada no índice de liberdade de imprensa da Freedom House. Na lista de 195 países, está agora na posição 73, acima apenas da Bulgária. No diagnóstico do grupo Repórteres sem Fronteiras, ocorrem ataques à imprensa na Itália que dão a sensaçao de que se está no Zimbábue (e olha que o país africano de Robert Mugabe é barra pesada).

É exagero, mas este é o estado emocional na terra de Berlusconi, onde a imprensa oficialista ou de propriedade do primeiro-ministro o trata como um santo perseguido por mentirosos safados e os enclaves de resistência o consideram um mero delinquente. Com mais sobriedade, o pessoal de Repórteres sem Fronteiras acerta ao lembrar que a Itália é o país da União Européia com menos liberdade de imprensa. É isto que vale (e já é muito desolador) e não comparações descabidas com Zimbábue. A comparação vale com a própria Itália. Ainda conforme "The Economist", desde a época de Mussollini não era tão acintosa e alarmante a interferência do governo na imprensa.

A razão imediata dos protestos de sábado foi a emissão de mandados judiciais pelo primeiro-ministro contra dois jornais de oposição, "La Repubblica", por insistir na cobrança de dez questões sobre a vida privada do primeiro-minstro e "L''Unitá", que o acusa de abuso de poder pelo controle da imprensa. Ele também está processando jornais na França e Espanha.

Berlusconi investe em uma clara campanha de intimidação contra o que sobrou de imprensa livre no país. Seu conglomerado Mediaset controla três dos sete canais de televisão. Outros três, da estatal RAI, respondem ao Parlamento dominado por sua coalizão de governo. Os tentáculos midiáticos de Berlusconi também estão em jornais diários, revistas, editoras e mundo publicitário.

Berlusconi insiste que existe liberdade de expressão na Itália e que as investigações sobre ele são uma farsa política. Linguagem orwelliana. Nenhuma surpresa na inspiração do autor de "1984" e "Revolução dos Bichos". No julgamento na Corte Constitucional que derrubou a imunidade penal do primeiro-ministro (a chamada lei salva-Berlusconi), seu advogado Gaetano Pecorella argumentou que o dirigente estava acima da lei, dizendo que ele deveria ser considerado "primus super pares", primeiro acima dos iguais, dando uma nova versão ao mais familiar latim "primus inter pares", ou primeiro entre os iguais.

Não deu outra. O deputado da oposição Massimo Donadi observou que o argumento lembrava os porcos em "Revolução dos Bichos" decretando que "todos animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros". Pelo menos na quarta-feira, a Justiça conferiu outro veredicto à fábula orwelliana. Mas Berlusconi, que garantiu que não vai renunciar, ainda tem apoio de uma massa popular que o considera "primeiro acima dos iguais". Até quando esta massa orwelliana vai seguir o pequeno "grande irmão" bufão?

fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/caio_blinder/2009/10/08/berlusconi+rebaixa+italia+mas+desta+vez+nao+esta+acima+da+lei+8770924.html

BERLUSCONI e seus atuais processos - NY Times

fonte: New York Times


Quarta-feira foi um dia ruim para o primeiro-ministro Silvio Berlusconi,

mas um bom dia para a democracia italiana.


Estas foram as duas únicas certezas imediatamente claras depois que a mais alta corte do país reverteu uma escandalosa lei aprovada após a eleição do ano passado que garantia a Berlusconi imunidade contra qualquer processo judicial durante seu mandato.

A Corte Constitucional manteve o princípio democrático fundamental de que ninguém, não importa quão rico ou poderoso, pode estar acima da lei, mesmo se um Parlamento complacente legislar imunidade.


Silvio Berlusconi segue sob pressão na Itália / AP


Ainda não se sabe qual será o próximo passo dos promotores e se eles irão impedir que Berlusconi cumpra os três anos restantes de seu mandato.

Berlusconi passou sua carreira política alegando que o sistema judicial tem inclinação esquerdista e que o magistrado independente da Itália conduz vinganças políticas contra ele.

Ainda que o sistema judicial italiano seja lento e imperfeito, as cortes compõem a parte menos desacreditada do governo da Itália. Depois da decisão de quarta-feira sua posição é ainda melhor. A decisão da corte revive três casos pendentes contra Berlusconi.

Em um deles, um advogado britânico já foi condenado por aceitar US$ 600 mil para proteger Berlusconi com falso testemunho em dois julgamentos por corrupção.

Em outro, o primeiro-ministro – que também é um dos homens mais ricos da Itália - é acusado de fraude nos impostos em ligação com a expansão de seu império de mídia.

No terceiro e mais fraco dos casos, ele é acusado de tentar subornar membros do Parlamento para participarem de sua coalizão governante.

Os advogados de Berlusconi reclamaram que a necessidade do primeiro-ministro se defender será uma grande distração de suas responsabilidades.

No entanto, ele já parece gastar mais energia em questões controversas de sua vida particular do que com os imensos problemas da Itália, como anos de crescimento abaixo da média, corrupção e um déficit e dívida nacional que estão entre os maiores da Europa.

A Itália não pode passar outros anos sem direção, mas pode ainda menos deixar que a lei seja prejudicada para proteger um homem.

Não há sucessores óbvios na coalizão de centro-direita de Berlusconi, ou na dividida e desmoralizada centro-esquerda incapaz de se unir em torno de uma visão, um líder ou um programa.

Esta não é uma situação aceitável para a Itália ou para a Europa.

A era Berlusconi já foi longe demais, com poucas conquistas positivas. Chegou a hora de ambas coalizões desenvolverem uma nova geração de líderes mais construtivos e competentes para apresentar aos eleitores.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Juiz declara BERLUSCONI co-responsavel de corrupçao

fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1403774&idCanal=11

Tribunal Constitucional começa hoje a apreciar lei que lhe deu imunidade

Juiz acusa Berlusconi de ser "co-responsável" por corrupção em caso do início dos anos 90





O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, é "co-responsável" pelo suborno de um juiz que, nos anos 1990, lhe permitiu assumir o controlo do grupo editorial Mondadori.

A conclusão é do magistrado que, no sábado, condenou o grupo Fininvest, do chefe do Governo, a pagar 750 milhões de euros à CIR, holding do empresário Carlo de Benedetti, por "prejuízos patrimoniais". "Como consequência lógica do princípio da responsabilidade civil", Berlusconi é "co-responsável no caso de corrupção", escreveu o juiz milanês Raimondo Mesiano, citado pela Reuters.

O caso diz respeito ao período entre 1986 e 1991, quando Berlusconi estava a construir o seu império mediático. O empresário começou a acumular acções do Mondadori, com o objectivo de retirar o controlo a Benedetti, que controla o diário La Repubblica e o semanário L' Espresso. Em 1991, três anos antes de Berlusconi entrar na política, um juiz de Roma, Vittorio Metta, autorizou a Fininvest a assumir uma posição de controlo no grupo editorial.

Berlusconi foi ilibado das suspeitas de suborno, mas, em 2007, a Justiça considerou que a sentença de 1991 foi "comprada". Agora, o juiz Mesiano condenou o grupo a indemnizar a CIR e entendeu que "não é pensável que uma transferência" de cerca de três milhões de dólares feita pela Fininvest para pagar veredictos favoráveis "tenha podido ser decidida sem que o representante legal", à época Berlusconi, o soubesse e aceitasse.

O grupo, actualmente presidido por Marina, filha do chefe do Governo, anunciou que vai recorrer da condenação. Segundo a agência Bloomberg, o Mondadori tem um valor de mercado de 878 milhões de euros.

Numa reação à condenação, Berlusconi considerou-a uma "monstruosidade judicial". "Estou literalmente chocado", disse. "Todos os opositores devem saber que este Governo vai cumprir o seu mandato de cinco anos e que nada nos fará trair o mandato que os italianos nos deram", afirmou.

Nas suas palavras, Berlusconi teria já em mente uma nova ameaça: o Tribunal Constitucional vai apreciar, a partir de hoje, a lei aprovada em Julho de 2008, seis semanas após o seu regresso ao poder, e que lhe dá – tal como ao Presidente da República e aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados – imunidade penal enquanto estiver em funções.

Os procuradores dos casos envolvendo o chefe do Gverno recorreram da aprovação da lei, alegando que viola princípios constitucionais, como o que considera todos os cidadãos iguais perante a lei. Se os 15 juízes considerarem que a lei Alfano – do nome do ministro da Justiça que a subscreveu, Angelino Alfano – viola a Constituição, os processos contra Berlusconi serão desbloqueados, observou a AFP.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

LIVRO EX-PASTOR IGREJA UNIVERSAL - MARIO JUSTINO


Introduçao do livro
"Nos Bastidores Do Reino- A Vida Secreta Na Igreja Universal Do Reino De Deus"


Não considero este livro uma autobiografia. Essas são escritas por aqueles que já viveram tudo. Ele também não pretende ser uma busca de remissão, nem uma tentativa de me justificar a quem quer que seja. Acima de tudo, este livro não tem a pobreza de ser uma forma de vingança.

Talvez eu não tivesse o direito de escrever uma historia que envolve tantas pessoas. Mas, no decorrer dos últimos anos, eu vinha sentindo uma irresistível vontade de contar a minha verdade. Entretanto, seria impossível contar essa historia sem que se revelasse, no andamento natural da narrativa, a historia dos porões da Igreja Universal.

Infelizmente, as duas historias estão fundidas em uma só. Sexo, dinheiro e drogas se confundem, no mesmo púlpito, com orações e salmos de Davi. Lamento pelas pessoas que se sentirão traídas por esta obra. Mas espero que ela contribua para que se forme uma discussão de âmbito nacional sobre a influencia nociva que pseudopastores vem exercendo sobre as massas, fazendo com que menores abandonem famílias, e estudos, desgraçando assim seu futuro e sua vida. Isso, se não é, deveria ser caso de policia. As poucas pessoas que conseguem se liberar desse crack religioso se vêem no meio de um profundo vazio.

Como se o tapete mágico tivesse sido puxado repentinamente de sob seus pés. Em muitas vezes as seqüelas são irreparáveis. Nos Estados Unidos existem varias organizações, algumas governamentais, que dão apoio psicológico e legal a essas pessoas vitimadas por grupos como a "igreja" de Edir Macedo. Eu acredito que no Brasil essas vitimas sejam em grande numero ex-pastores, missionários, evangelistas, obreiros, membros. Pessoas de boa fé que deram seus lombos para que sobre eles fosse construído o império de Macedo.

Somente denunciando elas serão ouvidas. Recuso-me a acreditar que a Constituição, quando protege a liberdade de culto, também proteja a lavagem cerebral e a exploração financeira da credulidade publica. A principio, este livro pretendia ser uma denuncia, um clamor por justiça, mas, na medida em que foi sendo concebido, foi assumindo a forma daquilo que realmente e: a trajetória de alguém que, buscando o desconhecido, encontrou a si mesmo.

MÁRIO JUSTINO
Nova York, verão de 1995



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

EDIR MACEDO E SUA IGREJA UNIVERSAL

I) Depoimento ex-pastor da IGREJA UNIVERSAL
II) EDIR MACEDO e sua casa nova

Depoimento ex-pastor da IGREJA UNIVERSAL


"Aprendi a extorquir o povo"


fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI93948-15223,00-APRENDI+A+EXTORQUIR+O+POVO.html


Um ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus relata como o bispo Edir Macedo o instruía a tirar dinheiro dos fiéis e a depositá-lo em contas no exterior

 Reprodução
GUSTAVO ROCHA, ex-pastor da Universal. Na foto, tirada em 2001, ele aparece no altar de uma das igrejas que comandou em Nova York




Mariana Sanches, de Balneário Camboriú (SC)

A casa no bairro de Cascadura, Rio de Janeiro, onde Gustavo Alves da Rocha passou a infância ficava a cerca de 1 quilômetro de distância do local onde foi erguido o primeiro templo da Igreja Universal do Reino de Deus, há 32 anos. A vida de Gustavo e a de Edir Macedo, o líder da Universal, só se entrelaçaram, porém, quando os dois cruzaram o Oceano Atlântico. Em 1996, Gustavo, aos 16 anos, morava com sua tia em Londres. O bispo Macedo acabara de abrir sua primeira igreja na Inglaterra e precisava de um tecladista que animasse as reuniões dominicais. O tempo livre e o talento musical de Gustavo se encontraram com as ambições do bispo Macedo no número 232 da Seven Sisters Road, no bairro londrino de Finsbury Park. Era lá que ficava a primeira igreja da Universal em Londres, onde Gustavo foi empregado como tecladista.

Três anos depois, Gustavo se tornou pastor da Universal em Nova York. Ele diz que era responsável por contar e fazer o depósito do dízimo recolhido nos 26 templos da Universal em Nova York. Diz ter sido instruído a se casar com a empregada doméstica do bispo Macedo, Jacira Aparecida da Silva, e conta que se mudou para a casa de Macedo, nos Estados Unidos, onde morou por quase três anos. Da sala da luxuosa casa do bispo, Gustavo afirma que assistia a Macedo orquestrar por rádio a expansão dos templos da igreja e dos negócios de comunicação, hoje alvos de investigação pelo Ministério Público.

Gustavo diz ter ouvido o bispo Macedo instruir seus bispos a trocar dólares para ele em São Paulo, diz ter depositado dinheiro do dízimo em duas contas no exterior, uma delas em nome de um pastor americano amigo de Macedo, conhecido como Forrest Hills, e afirma que o dinheiro dos fiéis era usado para investimentos na TV Record. "Em 2003, fizemos com os fiéis de Nova York uma campanha para arrecadar US$ 1 milhão. Foi com esse dinheiro que a Record montou o estúdio em Manhattan", diz. As ligações de Gustavo com a igreja são comprovadas por documentos como passaporte, contracheques e fotos. A TV Record negou as acusações.

Em 2004, Gustavo foi demitido pelo bispo Macedo. Hoje, ele é considerado pelos promotores uma testemunha importante nos processos abertos contra o fundador da Universal. Seu depoimento poderá contribuir para confirmar as suspeitas de estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que recaem sobre o bispo Macedo e a cúpula da igreja e da Rede Record. Gustavo hoje trabalha de madrugada como taxista em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Mora numa casa de quatro cômodos, alugada, que não guarda nenhuma semelhança com o luxo e o conforto que Gustavo diz ter experimentado em Nova York. Não tem mais o dinheiro que juntou enquanto era pastor. Desde que voltou ao Brasil, já morou em mais de cinco cidades. Aos 29 anos, diz ter dificuldade para arrumar emprego e afirma temer represálias de membros da Universal. Ele contou a história que viveu na igreja num depoimento de cinco horas concedido a ÉPOCA.

Procurada por ÉPOCA, a Igreja Universal confirmou que Gustavo foi pastor da igreja, "desligado da obra por motivos de prática de conduta contrária aos bons costumes e à moral". Disse que "a Igreja Universal, seus bispos e pastores fazem tudo dentro da maior legalidade" e negou que Gustavo tivesse sido instruído a se casar com uma mulher indicada pelo bispo Macedo e que tivesse morado na mesma casa que ele. A Universal negou ainda que Jacira Aparecida da Silva tivesse trabalhado como empregada doméstica para o bispo Macedo. A TV Record afirmou, também por e-mail, que não faz nenhuma transação com dinheiro oriundo da Universal: "Todos os salários dos funcionários da Rede Record são pagos pela emissora em conta-corrente dos beneficiários e todos os investimentos são pagos pela emissora com recursos próprios". A seguir os principais trechos do depoimento do ex-pastor Gustavo Rocha.
"Edir Macedo nos ensinava a atingir as metas que ele criava para cada igreja, e a meta era financeira. Não era de fiéis "


ESCLARECIMENTO

A respeito das afirmações feitas pela Rede Record sobre a reportagem "Aprendi a extorquir o povo", a revista ÉPOCA esclarece que:

1) Não paga por entrevistas ou documentos. O ex-pastor Gustavo Alves da Rocha não recebeu nada em troca de seu depoimento.

2) O ex-pastor apresentou documentos que comprovam seu antigo vínculo com a Igreja Universal do Reino de Deus. Parte deles foi publicada pela revista.

3) Antes da publicação da reportagem, ÉPOCA ouviu Jacira Aparecida da Silva, ex-mulher de Gustavo Alves da Rocha. Jacira confirmou o teor do depoimento de Gustavo, mas pediu para que suas declarações não fossem publicadas por ÉPOCA. Seu pedido foi atendido.


domingo, 4 de outubro de 2009

FHC e a Privatizaçao da VALE DO RIO DOCE

fonte:

http://www.lpp-uerj.net/outrobrasil/exibir_artigos_entrevistas.asp?Id_sub_artigo=240&Id_artigo=2



Há dez anos atrás, em maio de 1997, a Companhia Vale do Rio Doce (CRVD), uma das jóias da coroa do patrimônio público brasileiro, foi privatizada sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Um confronto entre 600 policiais militares e cerca de cinco mil manifestantes transformou as proximidades da praça XV, onde fica a sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e local da privatização, num autêntico campo de guerra. O confronto terminou com 33 pessoas feridas e a privatização da Vale.


Em entrevista, Clair da Flora Martins, ex-presa política do Regime Militar, ex-vereadora em Curitiba e ex-deputada Federal pelo Paraná, afirma que "usando de uma metáfora, podemos dizer que sem a posse da Companhia Vale do Rio Doce podemos tirar a cor amarela de nossa bandeira". Ela foi a autora de uma das ações populares que questiona o leilão da Companhia Vale do Rio Doce.

Por outro lado, dez anos após leilão, a sociedade civil organizada realizará um plebiscito em nível nacional para saber a opinião dos brasileiros sobre a anulação da venda da segunda mais importante mineradora do Mundo e a maior da América do Sul. Clair da Flora Martins comenta a importância do plebiscito popular e as possibilidades de se reverter o leilão. Agradecemos ao jornalista Marcos Henrique Guimarães pela contribuição na entrevista.


Onde a Sra. estava no dia 07 de maio de 1997, há dez anos atrás quando a Vale foi privatizada a Vale e qual foi o seu sentimento?

Clair da Flora Martins - Eu estava participando de manifestações em Curitiba contra a privatização da Vale do Rio Doce juntamente com inúmeras entidades do movimento social organizado. Foi um terrível sentimento de perda...mas também de revolta por tudo aquilo estar acontecendo, por nosso país estar sendo vendido.


O que a Companhia Vale do Rio Doce representa para os brasileiros?


Clair da Flora Martins - Usando de uma metáfora, podemos dizer que sem a posse da Companhia Vale do Rio Doce podemos tirar a cor amarela de nossa bandeira. O seu valor é incalculável, não só pelas imensas riquezas minerais como ferro, bauxita, nióbio, alumínio, cobre, carvão, manganês, ouro, urânio e outros, bem como pela estrutura logística que opera em 14 estados do país, englobando 9 mil quilômetros de malha ferroviária, portos, usinas e terminais marítimos. A história da Companhia Vale do Rio Doce está ligada a nossa identidade como nação, ao orgulho nacional.


Já em 1910, no XI Congresso Geológico e Mineralógico, realizado em Estocolmo, na Suécia as reservas da Vale foram estimadas em 2 bilhões de toneladas métricas. O lucro da empresa é astronômico. Em 2007, teve ganhos de R$ 13,4 bilhões, mais de 4 vezes o valor pelo qual foi vendida. O processo pelo qual a Vale foi constituída é um símbolo da resistência nacional à dominação estrangeira. Uma resistência que começou com o presidente Arthur Bernardes e continuou com Getúlio Vargas, que encampou as reservas de ferro de Percival Farquhar, num acordo com os EUA e a Inglaterra, que só foi conseguido através da participação do Brasil na Segunda Guerra.


Com a venda da Vale, o governo Fernando Henrique fez o Brasil voltar ao período colonial, destruindo nosso projeto de nação e nos colocando simplesmente como fornecedores de matéria-prima para os chamados países de primeiro mundo. Não poderemos jamais aceitar isso passivamente.

Os defensores da privatização alegam que a anulação do leilão pode afastar os investidores e causar prejuízo à Nação...


Clair da Flora Martins - Prejuízo nós teremos se não anularmos este leilão. Um prejuízo irreparável de 400 anos, que é o tempo estimado para a lavra de nossas reservas. Este "discurso do prejuízo" é feito por quem não tem interesse em ver nas mãos dos brasileiros a riqueza que é gerada pelo nosso próprio país. Falta vontade política.


Na Bolívia, o governo de Evo Morales está "nacionalizando" o gás; na Venezuela, o Chávez está nacionalizando o petróleo. Os países latinos estão tomando consciência da importância de suas matérias-primas. E por que no Brasil isto não acontece? Aqui, o governo Lula recebeu doações da Companhia para sua reeleição, enquanto falava no prejuizo das privatizações no horário eleitoral. A Vale patrocina evento de magistrados e até campanha da fraternidade. Mas a população precisa estar consciente que o dinheiro não pode comprar o nosso futuro e nossa responsabilidade com o país.

O dinheiro não pode comprar a consciência de milhares de cidadãos, de patriotas, de brasileiros, comprometidos com as necessidades de nosso povo. Um país que não tem recursos para investir em educação, em infra-estrutura, em saúde, em segurança...não pode se dar ao luxo de remeter o lucro da venda de suas riquezas para investidores estrangeiros e particulares.


E quais são as reais possibilidades de reverter este processo? Como está o andamento das ações?

Clair da Flora Martins - As chances de reverter o processo têm dois componentes. O primeiro é jurídico. As mais de 100 ações propostas na época do leilão de privatizações (1997) foram todas elas remetidas para a Justiça Federal de Belém do Pará. Em 2002, o juiz de Belém julgou improcedentes 7 ações e extinguiu sem julgamento do mérito as outras 69. Houve, portanto, julgamentos diferentes. Em dezembro de 2005, a 5ª Turma do TRF anulou a decisão do Juiz de Belém (que extinguiu as ações sem analisar o mérito), determinando que os 69 processos retornassem a Belém para que os fundamentos constantes nas ações fossem analisados e rejeitou o recurso interposto pelos autores das 7 ações que haviam sido julgadas improcedentes, ou seja, que não tiveram ganho de causa.


A nossa ação, junto a outras ações, segue suspensa para avaliação do ministro Luiz Fux (STJ). A decisão do STJ publicada no Diário da Justiça, de 22/09/06, suspende momentaneamente o retorno das ações populares ao Juízo Federal de Belém do Pará. Assim, as ações populares que objetivam a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce tiveram seu andamento suspenso, tendo em vista que a empresa entrou com um recurso. A Companhia Vale do Rio Doce alega que há uma orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que não pode haver julgamentos diferentes para o mesmo caso.


A 5ª Turma do TRF da 1ª Região (Brasília), de um lado, reconheceu a legalidade do processo de privatização em 9 processos e em outras 69 ações adotou procedimento diverso. Há, portanto, sentenças diferentes, descumprindo a orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que a mesma matéria deve ser decidida de forma igual. Assim, a Companhia Vale do Rio Doce requereu a anulação das decisões proferidas pela 5ª Turma do TRF da 1ª Região e a reunião dos processos. A 5ª Turma do TRF da 1ª Região, por sua vez, entregou a resposta ao pedido de informação do STJ no dia 31/10/06, sendo que agora será encaminhado ao Ministro Luiz Fux, da 1ª Seção do STJ para análise e decisão final. O outro componente é político. Ou seja, a União é ré no processo e o governo Lula, que agora representa a União, pode reconhecer a qualquer momento as nulidades do Leilão. O Poder Judiciário pode ser "esclarecido" pela opinião pública de que houve irregularidades no processo...


O que se questionou nas ações?


Clair da Flora Martins - Nós questionamos, em nossa ação, o Decreto 1510, que incluiu a CVRD no Programa Nacional de Desestatização, os vícios do edital, os critérios e o valor da avaliação da empresa. Demonstramos em nossa ação que o critério utilizado para a avaliação na época foi somente o valor das ações multiplicado pelo percentual de ações preferenciais colocadas à venda, sem examinar o valor das reservas minerais e das 54 empresas coligadas e controladas. A juíza desembargadora Selene Maria de Almeida, do Tribunal de Brasília, levou em conta estes argumentos para dar andamento ao processo.


Como a senhora vê a realização do plebiscito sobre a Companhia Vale do Rio Doce?

Clair da Flora Martins - Este plebiscito é uma prova viva de que a sociedade civil nunca vai aceitar passivamente este escândalo que é a transferência de nossas riquezas para as mãos de alguns poucos acionistas, em sua maioria de estrangeiros. O plebiscito é uma reação de quinhentos anos a exploração da Nação brasileira. Esta consulta popular vai ser o divisor de águas do governo Lula. Ou ele assume uma postura de defesa dos interesses brasileiros, ou se alia aos exploradores, aos vendilhões. Não existe meio-termo.


Nós estamos nos empenhando e vamos levar o plebiscito a cada escola, a cada Igreja, a cada sindicato, a cada entidade da sociedade civil, a cada cidadão. Depois do resultado, veremos como o governo Lula ficará conhecido no futuro. Como um governo que impediu o saque de nossas riquezas, ou como um governo que se aliou aos traidores da pátria.