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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A INDUSTRIA FARMACEUTICA E A CRIAçAO DAS DOENçAS



O novo negócio é dar remédios para os saudáveis
E as empresas farmacêuticas fazem uma fortuna
 




A indústria de remédios está estourando de saúde e a revista "E", publicada pela Emergency, coloca em ordem os números para descobrir quanto vale "O negócio das pessoas sãs", como diz o título na capa da edição atual. Um negócio recorde, que nem mesmo a crise planetária afetou. "O volume de negócios das empresas farmacêuticas no mundo em 2010 ultrapassou € 610.000.000.000 (R$ 1.464.000.000000, ou seja, quase 1,5 TRILHOES DE REAIS), explica a investigação de Roberta Villa. A despesa média per capita (para cada italiano) em remédios é mais de 300 euros (720 R$) por ano, mas não termina aqui, porque a indústria de remédios participa a menos de 15 por cento de todo o setor econômico que gira em torno à saúde. E este mercado do bem-estar, das fronteiras sempre mais embaçadas, representa hoje 10 por cento do consumo na Europa e 15 por cento nos Estados Unidos."

Pena pelos efeitos colaterais, que têm nomes dificeis, mas explicação muito simples. A "disease mongering " não é uma doença contagiosa, mas a prática de comercialização que nos últimos anos permitiu ao setor fazer voar os lucros e as novas marcas: como explica Gianfranco Domenighetti, Professor de Comunicação e Economia da Saúde da Universidade "della Svizzera italiana", o importante não é ser capaz de vender mais remédios para o doente de costume, mas sensibilizar as pessoas a novos consumos, em nome de uma suposta atenção à saúde. 

Mas a indústria pode realmente afetar a demanda por de remédios, a ponto de prejudicar os reais interesses do consumidor / paciente? Responde Silvio Garattini, diretor do Instituto Mario Negri de pesquisa farmacológica de Milão: "Esta idéia de tratar as pessoas saudaveis é apenas o mais recente ato de uma estratégia que começou inicialmente aumentando artificialmente o público dos doente. Não é por acaso que os valores limite , uma vez considerados normais para glicemia, colesterol ou pressão arterial têm sido progressivamente reduzidos: para cada um desses ajustes, aumentou sem medida o número de pessoas as quuais prescrever medicamentos ". E se da próxima vez que você ler no jornal um mega anuncio sobre a saúde mega-no qual se fala de dorzinhas nas costas, tenha em mente este dizer rápido mas eficaz: "A fibromialgia, por exemplo, é uma doença"nova" que parece feita de proposito para vender analgésicos". Palavra de Garattini.

Além disso, é de pensar sobre a relatividade do conceito de saúde e sobre a força dos modelos culturais capazes de ampliarem-se ao som de os investimentos bilhonarios. Os Estados Unidos, você sabe, são o lar do extra grande e também na área farmacêutica estão ensinando à velha Europa. Nos EUA, um em cada quatro pessoas tomam todos os dias a pílula para a pressão e os medicamentos contra a ansiedade estão ao alcance de crianças de quatro anos. Mulheres histéricas? Homens desempregados? Adolescentes super-ativos? Tudo numa fila para o tratamento, talvez vendido pela internet com descontos enormes, só para seduzir o cliente. Na Itália, historicamente, a classe médica colocou um freio na intromissão da indùstria, mas os tempos de vacas magras e a tendência inexorável ao apoio rápido - melhor tomar um analgésico rapidamente ao invés de dedicar tempo e dinheiro em tratamentos tradicionais aos quais a saúde pública não consegue mais enfrentar - fazem pensar a um futuro mais próspero para os comerciantes do bem-estar. "Por isso decidimos lidar com isso - diz Maso Notarianni, vice diretor de "E" . Somos a revista de Emergency e todos esperam notícias sobre as atividades em vários lugares do mundo onde a organização opera (Emergency é uma organizaçao médica que cura gratuitamente pacientes onde a guerra faz estragos). Na realidade, o mundo é um negócio complicado, onde tudo está relacionado. Riqueza, dinheiro, democracia, direitos humanos. Mesmo na Itália, no privado ou na saúde pública, há aqueles que só pensam em lucro. Para nòs, a saúde é uma outra coisa, o respeito pelo ser humano é a prioridade: em um hospital perdido no meio da guerra ou na clínica dos horrores (Clinica Santa Rita onde faziam operaçoes sem necessidade para receber reembolso do SUS) em Milão muda pouco". 

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