RECEBA AS ATUALIZAçOES POR EMAIL

Insira seu email:

(o email para confirmar a ativaçao pode cair na sua caixa de spam. Verifiche-a.)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

REI ESPANHA CAçCANDO ANIMAIS NA AFRICA

Spagna, Re Carlos chiede scusa per la caccia allelefante

3 giorni

Ambientalistas querem rei da Espanha fora da WWF após caçada de elefantes

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1077274-ambientalistas-querem-rei-da-espanha-fora-da-wwf-apos-cacada-de-elefantes.shtml


Uma petição on-line com mais de 70 mil assinaturas exige que o rei da Espanha, Juan Carlos, 74, deixe a presidência de honra do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) espanhol, após a revelação de uma viagem do monarca à Botsuana, na África, para caçar elefantes.

O caso veio a tona após Juan Carlos se acidentar na viagem, na última sexta-feira. Ele fraturou o quadril durante a caçada e teve de retornar à Espanha às pressas para passar por uma cirurgia.

Muitos jornais e canais de televisão divulgaram uma imagem do rei posando com uma arma ao lado de um elefante morto em 2006, numa viagem ao país.

Angel Villamor, cirurgião responsável, disse que o rei tem previsão de alta nesta semana. "O rei continua com um programa de reabilitação intensivo. A fisioterapia segue satisfatoriamente. Ele consegue levantar e sentar por conta própria", afirmou o hospital San Jose, em nota.

POSICIONAMENTO

Após receber centenas de mensagens via redes sociais sobre o caso, o secretário-geral do WWF na Espanha, Juan Carlos del Olmo, publicou ontem (16) no site da ONG uma carta solicitando uma reunião com a Casa Real. Abaixo, a tradução:

"Escrevo para transmitir o profundo mal-estar e a preocupação do WWF pelos últimos acontecimentos relacionados com a participação do rei em uma caçada de elefantes na África, o que provocou uma enorme rejeição entre nossos sócios e a opinião pública, em geral contrária à caça de elefantes, mesmo quando esta é realizada de forma legal.

Parte dessas manifestações solicita que o rei não continue mais ostentando o título de presidente de honra da WWF espanhola.

Esse acontecimento mundialmente conhecido implica em um grave prejuízo à credibilidade da WWF e ao trabalho árduo que tem sido desenvolvido ao longo de 50 anos para a proteção dos elefantes e de outras espécies.

Dessa forma, considero urgente a realização de uma reunião para analisar a situação e dar uma resposta a essas pessoas."


Pierre-Philippe Marcou/France Presse
Ativistas da ONG Igualdad Animal protestam em frente ao hospital onde o rei Juan Carlos se recupera. Os cartazes mostram fotos de animais com os dizeres "estas são as verdadeiras vítimas da caça"
Ativistas da ONG Igualdad Animal protestam em frente ao hospital onde o rei Juan Carlos se recupera. Os cartazes mostram fotos de animais com os dizeres "estas são as verdadeiras vítimas da caça"

CRÍTICAS GENERALIZADAS

Além dos ambientalistas, políticos e jornais espanhóis também atacaram o rei por sua viagem, considerada extravagante em tempos de recessão, com o país sofrendo pelo alto nível de desemprego e submetido a medidas de austeridade dolorosas. Alguns comentaristas pedem que ele se desculpe ou até mesmo abdique, deixando o trono para seu filho, Felipe.

"Foi uma viagem irresponsável, no pior momento possível", afirmou o jornal "El Mundo" em editorial. "A imagem de um monarca caçando elefantes na África num momento em que crise econômica cria tantos problemas para os espanhóis é um exemplo muito ruim", emendou.

Tomas Gomez, líder do partido socialista, disse à imprensa que o rei "precisa escolher entre as obrigações públicas, ou uma abdicação que o permitira aproveitar a vida de modo diferente".

Juan Carlos, que supervisionou a transição do país para a democracia, ganhou o respeito de muitos espanhóis em 1981, quando ele condenou publicamente uma tentativa de golpe militar.

Recentemente, sua família foi alvo de críticas quando seu genro, Inaki Urdangarin, foi processado por fraude e peculato. Na última semana, o neto de 13 anos do rei se machucou ao atirar no próprio pé e levantou questionamentos sobre o uso de uma arma por um menor de idade.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A CORRUPTA FACE OCULTA DA EUROPA

Assim os senhores da guerra e a corrupta Europa fazem com que as pessoas honestas passem fome e se suicidem como na Grecia e em Italia.
_________________________________
Fonte: http://archiviostorico.corriere.it/2012/febbraio/13/Fregate_sottomarini_caccia_Quelle_pressioni_co_8_120213025.shtml 
Fragatas, submarinos e caças. Aquelas pressões de Merkel e Sarkozy para obter contratos militares

Os gregos sofrem a fome, mas tem os arsenais de guerra cheios. E eles continuam a comprar armas. Este ano, queimarao três por cento do PIB (produto interno bruto) em gastos militares. Somente os Estados Unidos, em proporção, podem permeter-se tanto . Mas o que faz Atenas desperdiçar montanhas de dinheiro? O temor dos turcos? Não, é a ganância de Merkel e Sarkozy.
Os dois líderes europeus colocaram o governo grego durante meses contra o muro:: se vocês querem ajuda, se vocês querem permanecer com o euro, vocês tem que comprar nossos tanques e nossos belos navios de guerra . A pressão de Berlim sobre o governo de Atenas para vender armas têm sido denunciada nos últimos dias por uma imprensa alemã chocados com o cinismo de Merkel, que impõe cortes e sacrifícios cidadãos helênicos e, em seguida, pretende promover a indústria de belica da Alemanha.
Até 2009, as relações entre Atenas e Berlim andavam bem, o governo grego era liderado por Kostas Karamanlis (partido de centro-direita), um grande amigo de Merkel. Os anos de Karamanlis foram uma benção para a Alemanha. "Nesse período - calculou uma revista especializada - os fabricantes alemães de armas ganharam uma fortuna." Um dos contratos militares de Atenas riguardava 170 panzers Leopard, que custaram 1,7 bilhões de euros e 223 canhões abandonados pela Bundeswehr, a defesa alemã.
Em 2008, os líderes da NATO assistiam maravilhados os loucos gastos em armas que estavam fazendo a Grécia saltar em quinto lugar no mundo como nação importadora de armas de guerra. Antes de concluir seu mandato como primeiro-ministro, Karamanlis fez um último presente aos alemães, encomendou 4 submarinos produzidos pela ThyssenKrupp. Seu sucessor, George Papandreou, um socialista, sempre se recusou a recebe-los . Ele queria economizar um gasto monstruoso. Mas Berlim insistia. Então, o líder grego encontrou uma desculpa para dizer não. Ele fez realizar uma avaliação técnica pelos seus oficiais da Marinha, que determinaram que esses submarinos não pode suportar o mar. Mas a verdade, bradou o vice de Papandreou, Theodore Pangalos, é que "querem nos impor outras armas, mas nós não precisamos delas." Deu razão a ele o ministro turco Egemen Bagis, em entrevista ao Herald Tribune, disse claramente: "Os submarinos da Alemanha e França não servem nem a Atenas nem a Ancara." No entanto, Papandreou, na desesperada procura por fundos internacionais, não poderia dizer não a tudo. No verão passado, o Wall Street Journal revelou que Berlim e Paris exigiram a compra de armas como condição para aprovar o pacote de medidas para "salvar" a Grécia.
E assim o líder de Atenas teve que se render. Em março passado da Alemanha recebeu um desconto, em vez de 4 submarinos, comprou 2 submarinos a um preço de 1,3 mil milhões de euros. Ele também teve que ficar com 223 tanques Leopard II por 403 milhões de euros, enriquecendo a indústria alemã à custa dos pobres gregos. Um ganho imoral, de acordo com o alemão líder do partido "Verdes" Daniel Cohn-Bendit. Papandreou também se comprometeu com Sarkozy. Durante uma visita a Paris em maio passado assinou um acordo para o fornecimento de seis fragatas e 15 helicópteros. Custo: 4 bilhões de euros. Mais barcos de patrulha por 400 milhões de euros. No final, Merkel foi capaz de se livrar de Papandreou, substituído pelo mais dócil Papademos. E os programas militares repartem: ele planeja adquirir 60 caças interceptores. Os orçamentos têm sido crescentes. Para 2012, a Grécia prevê gastos militares acima de 7 bilhões de euros, 18,2 por cento a mais que em 2011, três por cento do PIB.
Será que irão respeitá-los também Portugal, outro país com a água na garganta e que a Alemanha e a França estão impondo a mesma receita: compra de armas em troca de ajuda. Os produtores de armas precisam de apoio forte dos governos dos seus países para vender seus produtos. E os governos estão colocando pressão sobre potenciais compradores. Assim, os gastos militares mundiais crescem de forma alarmante: em 2011 atingiu 1,8 trilhões de dólares, 50 por cento mais que em 2001.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

OBAMA (PREMIO NOBEL DA PAZ) CONTINUA MATANDO INOCENTES (ATÉ CRIANÇAS) NO PAQUISTAO


FONTE http://www.thebureauinvestigates.com/2012/02/04/obama-terror-drones-cia-tactics-in-pakistan-include-targeting-rescuers-and-funerals/


Drones do terror de Obama: as táticas da CIA no Paquistão incluem mirar equipes de resgate e funerais


A campanha de drones da CIA no Paquistão matou dezenas de civis que tinham ido socorrer vítimas  ou que participavam a funerais, revelou uma investigação da The Bureau of Investigative Journalism para o Sunday Times.

Os resultados são publicados poucos dias depois de o presidente Obama afirmar que a campanha de drones no Paquistão era um "direcionada, esforço focado" que "não causou um grande número de vítimas civis."

Falando publicamente pela primeira vez sobre as polêmicas dos ataques drones da CIA  , Obama afirmou na semana passada que eles são usados ​​exclusivamente para golpir os terroristas, rejeitando o que ele chamou de "percepção de que estamos apenas enviando um monte de ataques à toa".

"Drones não causaram um grande número de vítimas civis", disse a um entrevistador em um fórum on-line. "Este é um esforço direcionado, focado em pessoas que estão em uma lista de terroristas ativos que tentam entrar e prejudicar os americanos".

Mas a pesquisa pelo Bureau of Investigative Journalism descobriu que desde que Obama assumiu o cargo há três anos, entre 282 e 535 civis foram de forma credível reportados como mortos, incluindo mais de 60 crianças. Uma investigação de três meses, incluindo relatos de testemunhas oculares encontrou indícios de que pelo menos 50 civis foram mortos depois  de ataques, quando eles tinham ido socorrer vítimas. Mais de 20 civis também foram golpidos em ataques deliberados contra funerais e parentes. As táticas têm sido condenadas pelos principais especialistas legais.

Embora os ataques com drones iniciaram sob a administração Bush em 2004, eles foram intensificados enormemente com Obama.

Houveram 260 ataques de Predators ou Reapers não tripulados no Paquistão pela administração de Obama - em média um a cada quatro dias. Como os ataques são realizados pela CIA, nenhuma informação é dada sobre os números de mortos.

Funcionários do governo insistem que esses ataques segretos são legais. John Brennan, assessor do presidente em contraterrorismo , argumenta que os EUA têm o direito de, unilateralmente, atacar terroristas em qualquer lugar do mundo, não apenas o que ele chamou de "campos de batalha quente".

Mas alguns especialistas em direito internacional fortemente discordam e questionam como o governo dos EUA iria reagir se um outro estado, como a China ou a Rússia iniciasse a tomar tais medidas contra aqueles que declaram como inimigos.

[...]

sábado, 7 de abril de 2012

"DEUS ABENçOE A AMERICA" DIRIA OBAMA...

Debate no Trinity College de Dublin em 2003. Fala de William Blum.
Link http://killinghope.org/bblum6/debate.htm

Aqui está
um breve resumo do que Washington tem se empenhado do fim da Segunda Guerra Mundial até o presente:

>>
Tentado derrubar mais de 40 governos estrangeiros.
>>
Injustificada invasão militar de cerca de 20 nações soberanas.
>>
Trabalhado para esmagar mais de 30 movimentos populistas que estavam lutando contra os regimes ditatoriais.
>>
Provedendo indispensável apoio a um pequeno exército de ditaduras brutais: Mobutu do Zaire, Pinochet do Chile, Duvalier do Haiti, Somoza da Nicarágua, a junta militar grega, Marcos das Filipinas, Rhee da Coréia, Shah do Irão, 40 anos de ditadores militares na Guatemala, Suharto da Indonésia, Hussein do Iraque, A JUNTA MILITAR BRASILEIRA, Trujillo da República Dominicana, o talibã do Afeganistão, e outros.

>> Soltado poderosas bombas sobre o povo de cerca de 25 países, incluindo 40 dias e noites consecutivos no Iraque, 78 dias e noites na Iugoslávia, e vários meses no Afeganistão; todos esses três países tiveram o primeiro requisito como um alvo bombardeio americano : ser completamente indefeso. E nem uma vez os Estados Unidos chegaram perto de reparar os danos causados ​​pelos seus grandes bombardeios. Afeganistão e Iraque são, claro, os exemplos mais recentes.
>> Aumentado o uso de urânio empobrecido, uma das armas mais desprezíveis já projetados pela humanidade, que produz bebês grosseiramente deformadas entre as suas muitas qualidades encantadoras, e que, num mundo civilizado não intimidado pelos Estados Unidos, seria categoricamente proibido.
>> O uso repetido de bombas de fragmentação, um outro dispositivo diabólico concebido por um cientista louco, que roubou de muitos jovens um ou mais membros, e alguns a sua visão, e continua a fazer isso todos os dias em muitos países, com as bombas permanecem no chão.
>> Tentativas de assassinato contra a vida de cerca de 40 líderes políticos estrangeiros.
>> Interferência bruta em dezenas de eleições democráticas estrangeiras.
>> Grande manipulação dos movimentos trabalhistas.
>> Vergonhosa fabricação de "notícias", cujo efeito de desinformação se multiplica quando os ativos da CIA em outros países propagam as mesmas histórias.
>> Fornecer manuais, materiais e incentivo para a prática de tortura.
>> Guerra química ou biológica ou o teste de tais armas, e o uso de herbicidas poderosos, todos que causam efeitos terríveis para as pessoas e ambientes de China, Coréia, Vietnã, Laos, Panamá, Cuba, Iraque, Afeganistão, Sérvia e em outros lugares.
>> Incentivo do tráfico de drogas em várias partes do mundo quando serve aos propósitos da CIA.
>> Apoio a esquadrões da morte, particularmente na América Latina.
>> Causar graves danos à saúde e ao bem-estar das massas do mundo girando os parafusos de do FMI, Banco Mundial, OMC e outras instituições financeiras internacionais, bem como pela imposição de sanções e embargos impiedosos.
>> Muito do acima tem criado milhões de refugiados sem-teto errantes em giro pelo mundo.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

DEMOCRACIA E SOBERANIA... COMO O ELEFANTE ROSA, ALGUEM JA VIU?

Trecho da entrevista do Professor de economia Andrea Fumagalli (Italia) .
http://apertisverbis.blogspot.it/2012/03/intervista-al-professor-andrea.html


A escolha do
equilibrio na balança de pagamentos do Estado adicionado à Constituição [italiana] foi realmente ditado pela Europa?

"De acordo com algumas opiniões, isto enfraquece o próprio conceito de soberania nacional. A soberania econômica nacional é um conceito (como aquele de democracia), que não existe mais há pelo menos 20 anos.

As mudanças da organização tecnológica, da produção / acumulação e do trabalho que têm ocorrido ao longo dos últimos trinta anos redefiniram os aspectos geo-económicos e geo-políticos internacionais. O processo de financeirização foi um dos efeitos e tal processo agora determina a hierarquia de comando economico. Hoje 10 multinacionais da finança são capazes de impor seus interesses econômicos à inteiras comunidades nacionais e sopranacionais
[Uniao Europeia por exemplo].

A novidade
que
a crise europeia nos oferece é que agora sao esses poderes que escolhem diretamente os chefes de governo, enquanto até alguns anos se limitavam a condicionar indiretamente as escolhas econômicas.
"


Precisa adicionar alguma coisa?

domingo, 1 de abril de 2012

A AMERICA E SUA BARBARIE NO IRAQUE...

fonte: http://www.diplomatique.org.br/edicoes_especiais_artigo.php?id=92

[...]


O canal CBS News informava, em 19 de julho de 2003, bem antes da descoberta dos casos comprovados de tortura na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá: “A Anistia Internacional examina certo número de casos de tortura presumida cometidos no Iraque pelas autoridades norte-americanas, dos quais um é o caso Khraisan al-Aballi. A casa de Al-Aballi foi destruída por soldados dos Estados Unidos que entraram atirando para todos os lados; eles o prenderam, assim como a seu velho pai de 80 anos. Golpearam e feriram seu irmão... Os três homens foram levados... Al-Aballi diz que seus interrogadores o deixaram inteiramente nu e o mantiveram acordado por uma semana, de pé ou ajoelhado, com as mãos e os pés amarrados, a cabeça coberta por um saco. Al-Aballi diz ter declarado a seus sequestradores: ‘Não sei o que vocês querem. Eu não tenho nada’. ‘Pedi que me matassem’, conta Al-Aballi. Oito dias depois eles o deixaram partir acompanhado por seu pai... Os oficiais norte-americanos jamais responderam às inúmeras solicitações que foram feitas para discutir esse caso...”

[...]

Viva a liberdade diriam os grandes colossos produtores de arma a BUSH...

O CINISMO GLOBAL DE BUSH (escrito por CHOMSKY)

fonte: 

A "guerra preventiva" no Iraque provocou a disseminação do terrorismo pelo mundo, mas um país que dá abrigo a uma lista de notórios terroristas nunca será alvo desta política: os Estados Unidos
por Noam Chomsky
Contrariamente ao que se poderia pensar, as ocupações militares, mesmo quando realizadas pelos conquistadores mais brutais, podem ser bem-sucedidas. É o caso da invasão da Europa Ocidental por Hitler, ou a da Europa Oriental pela Rússia, no pós-guerra. Em ambos os casos, os países ocupados eram dirigidos por colaboracionistas que dispunham de redes locais, civis e militares, e eram meramente apoiados pelas tropas do conquistador. Desenvolveu-se uma corajosa resistência contra Hitler, mas sem ajuda externa ela teria sido esmagada. Na Europa Oriental (como na própria Rússia), os Estados Unidos tentaram dar apoio à resistência anti-soviética até o início da década de 50, mas sem êxito.
Por contraste, observemos a invasão do Iraque. Ela pôs fim a dois regimes monstruosos, um dos quais temos permissão de citar e o outro, não. O primeiro foi o regime do tirano; o segundo, as sanções impostas pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha, que mataram centenas de milhares de pessoas, devastaram a sociedade, reforçaram o poder do tirano e obrigaram a população a depender dele para sua sobrevivência (por meio do racionamento) - preservando, dessa forma, Saddam Hussein do destino que tiveram outros ditadores apoiados por diversos governos dos Estados Unidos, particularmente por parentes e amigos do atual governo norte-americano - tais como Suharto, Marcos, Duvalier, Ceaucescu, etc., que foram depostos por uma oposição interna. Tal perspectiva era plausível antes da guerra.
Ninguém duvida que a população tenha recebido com satisfação o fim das sanções e o fim do regime de Saddam Hussein. Os opositores à guerra no Iraque no mundo inteiro também, embora esse fato tenha sido ocultado. Mas teria sido possível suprimir o regime das sanções sem a guerra; além do que, se elas tivessem sido abolidas, a população poderia ter conseguido se livrar da ditadura. A investigação realizada pelo inspetor David Kay, nomeado pelo presidente Bush após a vitória, não só desmentiu, de maneira absolutamente clara, a pretensa detenção de armas de destruição em massa pelo Iraque, como demonstrou, além do mais, que o poder exercido por Saddam Hussein, nos anos que precederam a invasão norte-americana, era muito frágil. Isto confirmou, a posteriori, as teses de inúmeros especialistas que conheciam bem a situação interna iraquiana. Dois coordenadores do programa de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, Denis Halliday e Hans von Sponeck1, haviam repetido inúmeras vezes que se o boicote e as sanções impostas por Washington e Londres tivessem poupado a população, os próprios iraquianos teriam deposto seu tirano.
Infâmia comparável a Pearl Harbor

Teria sido possível suprimir o regime das sanções sem a guerra; além do que, se elas tivessem sido abolidas, a população poderia ter conseguido se livrar da ditadura

Todos sabemos que as intervenções militares podem ter efeitos secundários positivos: o bombardeio de Pearl Harbor pela aviação japonesa em dezembro de 1941, por exemplo, levou à expulsão das potências imperiais ocidentais da Ásia, poupando, dessa maneira, milhões de vidas que teriam se perdido. Seria isso uma justificativa para o fascismo japonês e seus crimes? É evidente que não. Todo mundo reconhece que a agressão japonesa contra os Estados Unidos foi um crime de guerra, o "crime capital", segundo o Tribunal de Nuremberg.
Foi com toda a razão que Arthur Schlesinger, o mais respeitado historiador norte-americano, lembrou esse precedente de Pearl Harbor quando começaram os bombardeios do Iraque. O presidente Franklin D. Roosevelt, escreveu ele, tinha motivos para dizer que o ataque japonês era uma data memorável na história da infâmia e que os norte-americanos deveriam viver com o ataque contra Bagdá como uma infâmia comparável à política imperial japonesa.
Com o fim dos dois regimes - o das sanções e o de Saddam Hussein - os Estados Unidos dispunham de recursos imensos para reconstruir o Iraque. A população estava aliviada e a resistência praticamente não contava com qualquer apoio externo. Mas ela se desenvolveu fundamentalmente a partir de dentro, como uma resposta à violência e brutalidade dos invasores. Foi necessário um verdadeiro talento para conseguir fracassar...
"Santuário de terroristas"

O governo Bush considerou os riscos da guerra insignificantes, quando comparados com a perspectiva de assumir o controle do Iraque e de suas riquezas

Isto porque a invasão desencadeou um ciclo de violência que, por sua vez, produziu ainda mais violência, como provam os terríveis combates travados em Falluja - e nos quais são os civis as principais vítimas. Embora jamais tenham existido vínculos entre o antigo regime iraquiano e a rede terrorista Al-Qaida, todo mundo concorda que o "Iraque ocupado" se tornou um "santuário de terroristas", como observou, no New York Times2, Jéssica Stern, especialista em terrorismo da Universidade de Harvard.
A guerra contra o Iraque foi decretada apesar da oposição da opinião pública internacional, que receava que tal agressão conduzisse à disseminação do terrorismo. O governo Bush considerou esses riscos insignificantes, quando comparados com a perspectiva de assumir o controle do Iraque e de suas riquezas, de lançar a primeira "guerra preventiva" e de reforçar seu domínio sobre o cenário interno norte-americano.
Por outro lado, a "guerra contra o terrorismo" fracassou e os atentados sangrentos se multiplicaram pelo mundo inteiro. Para a desgraça de seus moradores, não pára de aumentar o número de cidades atingidas pelo terrorismo desde o 11 de setembro de 2001 e, principalmente, após a invasão do Iraque. Elas já são hoje Bagdá, Casablanca, Istambul, Jacarta, Jerusalém, Haifa, Ashdod, Mombassa, Moscou, Riad, Madri e Damasco. Nesse ritmo, é possível prever um cenário em que o terrorismo e as armas de destruição em massa acabem por se unificar numa mesma organização cujos ataques poderiam assumir proporções realmente aterradoras.
Fracasso surpreendente

Para a desgraça de seus moradores, não pára de aumentar o número de cidades atingidas pelo terrorismo desde o 11 de setembro de 2001

O conceito de "guerra preventiva", tão caro a George W. Bush, revelou sua verdadeira natureza: trata-se de um simples eufemismo para poder atacar quem quer que seja. Foi o caráter arbitrário e perigoso dessa doutrina - e não, unicamente, sua concretização no Iraque - que desencadeou, em fevereiro de 2003, a grande onda de protestos contra a invasão, rejeição que se ampliou desde então, principalmente devido à incapacidade de Washington provar que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.
Desde abril de 2003 que as pesquisas junto à opinião pública revelavam que os cidadãos norte-americanos desejavam que a ONU assumisse, no pós-guerra, a principal responsabilidade de reconstruir política e economicamente o Iraque. Apesar de tudo, o fracasso da ocupação é surpreendente, considerando-se o poder militar e os recursos de que dispõem os Estados Unidos. Esse fracasso forçou o governo Bush a dar marcha à ré, resignando-se a pedir a ajuda das Nações Unidas. Estas se perguntam se o Iraque poderia vir a ter um status que não fosse o de vassalo de Washington. Os Estados Unidos construíram em Bagdá sua maior missão diplomática do mundo, com 3 mil funcionários, o que significa de maneira bastante clara que a transferência de soberania, prevista para o próximo dia 30 de junho, será consideravelmente restrita.
Esse sentimento foi reforçado pela exigência norte-americana de manter no Iraque importantes bases militares e uma presença considerável de suas tropas. Essa vontade de avassalar Bagdá também pode ser identificada nas ordens dadas por Paul Bremer, o pró-cônsul de Washington, no sentido de que a economia local permaneça aberta e controlada por estrangeiros (leia, nesta edição, os artigos de Ibrahim Warde e Juan Cole). A perda de controle sobre a economia restringe de forma radical a soberania política, assim como as perspectivas de um desenvolvimento saudável. Essa é uma das lições mais claras da história. Jamais algum país colonizado conseguiu se desenvolver enquanto sua política e sua economia fossem dominadas pela potência invasora.
O fator eleitoral

O conceito de "guerra preventiva", tão caro a George W. Bush, revelou sua verdadeira natureza: trata-se de um simples eufemismo para poder atacar quem quer que seja

Em dezembro de 2003, uma pesquisa da organização PIPA/Knowledge Networks revelou que a própria população norte-americana apóia com reticências a decisão do governo Bush de manter uma grande presença militar no Iraque em caráter permanente. Essa preocupação popular decorre do fato de que as pessoas não acreditam que a causa seja justa.
A oferta eleitoral nos Estados Unidos é bem restrita e as pessoas sabem que, em geral, as eleições são compradas nos Estados Unidos. Às vezes, o candidato democrata, John Kerry, é descrito como um "Bush carente de calorias". No entanto, as duas facções do que se convencionou chamar o "Partido dos Patrões" têm propostas políticas distintas. Os pequenos detalhes que, à saída, separam os dois candidatos, podem vir a se transformar, à chegada, em impactos gigantescos e de natureza bastante contraditória, caso o eleito seja Bush ou Kerry. Isso pode ocorrer no próximo mês de novembro, como ocorreu em 2000, quando os candidatos eram Bush e Gore.
Bush formula sua doutrina da seguinte maneira: "Livrar o mundo do Mal e do terrorismo"."Declarar guerra ao terrorismo é também declarar guerra a qualquer Estado que dê abrigo a terroristas. Pois um Estado que abriga terroristas em seu território é, ele próprio, um Estado terrorista e como tal deve ser tratado", afirmou após o 11 de setembro de 2001. Em nome dessa doutrina, Bush desencadeou a guerra no Afeganistão, em 2001, e no Iraque, em 2002. E ameaça outros países, como a Síria. Às vezes, dá até para questionar se Bush é realmente coerente, pois existem inúmeros outros países que abrigam terroristas, que os protegem, e que não são bombardeados, nem invadidos. A começar... pelos próprios Estados Unidos!
É sabido que, desde 1959, os Estados Unidos deram apoio a ações terroristas contra Cuba. Houve a invasão da Baía dos Porcos, em 1961, rajadas de metralhadoras, a partir de aviões, contra civis, bombas colocadas em locais públicos, em Havana e outras cidades, o assassinato de funcionários do governo, a destruição, em pleno vôo, de um avião da empresa aérea cubana, em 1976, que provocou a morte de 80 pessoas, assim como foram organizadas dezenas de complôs para assassinar Fidel Castro. Um dos terroristas anticastristas mais famosos, acusado de ser quem planejou o atentado contra o avião comercial, em 1976, é Orlando Bosch. Em 1989, George Bush, o pai, cancelou uma decisão do Departamento de Justiça que recusava o pedido de asilo feito por Bosch. Este vive até hoje tranqüilamente nos Estados Unidos, onde prossegue com suas atividades anticastristas.
Os "combatentes da liberdade"

A perda de controle sobre a economia restringe de forma radical a soberania política, assim como as perspectivas de um desenvolvimento saudável do Iraque

A lista de terroristas refugiados nos Estados Unidos também contempla Emmanuel Constant, do Haiti, conhecido pelo apelido de "Toto" e ex-líder paramilitar da época dos Duvalier. "Toto" foi o fundador da Frente Revolucionária pelo Avanço e o Progresso do Haiti (FRAPH), uma milícia paramilitar que, obedecendo às ordens da Junta que depôs o presidente Aristide, aterrorizou a população entre 1990 e 1994. Segundo informações obtidas recentemente, "Toto" está morando no bairro de Queens, em Nova York. E Washington recusou o pedido de extradição formulado pelo Haiti. Por quê? Porque "Toto" poderia revelar os vínculos entre os Estados Unidos e a Junta, responsável por ter mandado assassinar - pelos homens da FRAHP - de 4 mil a 5 mil haitianos... É bom acrescentar que, entre os gângsteres que participaram, junto às tropas norte-americanas, do recente golpe de Estado contra o presidente Aristide, encontram-se vários ex-dirigentes da organização terrorista FRAHP...
Washington resiste a entregar gente que lhe prestou bons serviços, mesmo quando se trata de terroristas. Em fevereiro de 2003, por exemplo, a Venezuela pediu a extradição de dois oficiais que participaram do golpe de Estado de 11 de abril de 2002 e, em seguida, organizaram um atentado em Caracas antes de fugirem para Miami, onde encontraram abrigo.
Isto porque nem todos os terrorismos são da mesma natureza. E os que servem aos interesses dos Estados Unidos não poderiam ser qualificados pela expressão vilã de "terroristas". Eles são os novos "combatentes da liberdade", que é o termo empregado pelos meios de comunicação quando se referiam a Osama bin Laden - nos tempos em que ele praticava ações terroristas contra os soviéticos e a servi?