("Rainha") Elizabeth 2ª quis usar fundo para pobres para pagar contas de palácio
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/806183-elizabeth-2-quis-usar-fundo-para-pobres-para-pagar-contas-de-palacio.shtml
NESSE MUNDO Sò DUAS COISAS NAO TEM LIMITE:
A IGNORANCIA DOS POVOS e A GANANCIA DOS MILHARDARIOS...
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Multidao na frente do Palacio Buckingham Palace para ver casamento do principe!!! |
Mesmo uma rainha precisa de uma ajudinha de tempos em tempos
-- especialmente quando o custo para aquecer seu palácio passa de US$ 1,5
milhão por ano.
A rainha, no caso, foi Elizabeth 2ª, uma das mulheres mais ricas do
mundo. Ela pediu ajuda a um fundo do governo que oferece subsídio para
aquecer a casa de britânicos de baixa renda.
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Matt Dunham/AP - 17.mai.05 |
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Palácio de Buckingham, em Londres; custo para aquecer o local passa de US$ 1,5 milhão por ano |
O pedido de sua Majestade, feito em 2004, foi educadamente recusado pelo
governo -- em parte, por causa do medo de publicidade negativa-- e
varrido para debaixo do tapete, silenciosamente. Até que o jornal
"Independent" teve acesso a documentos, por meio da lei de liberdade de
informação, e divulgou o caso na última sexta-feira (24).
Os documentos citam um funcionário não identificado gentilmente
lembrando a família real de que o programa de 60 milhões de libras é
voltado a famílias carentes, não à aristocracia, e notando o potencial
desastre público que poderia acontecer se o dinheiro fosse destinado ao
palácio de Buckingham, em vez de a hospitais e associações de moradores
carentes.
Autoridades do palácio, decepcionadas, confirmaram o caso na
sexta-feira. A porta-voz do Palácio de Buckingham disse que as
autoridades reais exploraram a possibilidade de obter dinheiro por meio
do programa como forma de reduzir o custo da monarquia para os
contribuintes, tornando o sistema de energia do palácio mais eficiente.
Ela alegou que, na época, a família real não sabia que o dinheiro era
voltado a britânicos de baixa renda.
Assistentes reclamaram em 2004 que as contas de gás e eletricidade da
rainha, que tinham aumentando em 50% naquele ano, haviam se tornado
"insustentáveis".
A revelação do "Independent" gerou uma certa revolta no Reino Unido
porque ocorreu em um momento em que o país enfrenta severos cortes nos
gastos públicos em meio a uma prolongada recessão.
CRÍTICAS
Graham Smith, porta-voz do grupo antimonarquia Republic, disse que a
tentativa da rainha de usar fundos destinados à baixa renda é
vergonhosa. "É uma evidência clara do desprezo que o palácio tem pelas
pessoas comuns nesse país", afirmou.
Alguns londrinos concordam.
O instrutor de academia Nick Bowring, 23, disse não acreditar que a
rainha deva receber ajuda para pagar contas de aquecimento. "Há pessoas
que precisam mais do que ela."
As finanças da rainha já geraram controvérsias no passado, com debates
ocasionais sobre o motivo de a chefe de Estado britânica --cujo papel é
principalmente cerimonial-- custar tanto aos contribuintes.
A monarca de 84 anos tem residências reais por todo o país, incluindo o
castelo Balmoral, na Escócia, e a Sandringham House, no leste da
Inglaterra. Outras residências, como o palácio de Holyroodhouse em
Edimburgo (Escócia) e o palácio de St. James, em Londres, são usados
como escritórios ou para outras funções.
Ela possui muitos outros bens, incluindo uma extensa coleção de arte e
uma frota dos mais finos automóveis do mundo, apesar de o iate real ter
sido vendido.
O palácio de Buckingham é propriedade real desde que o rei George 3º o
comprou em 1761, e é a residência oficial dos monarcas britânicos desde
1837. Embora ele tenha jardins magníficos e grandes salas com pinturas e
mobiliário de de valor inestimável, grande parte do palácio, que tem
775 cômodos, não foi modernizada e é fria e canaliza vento. Muitas das
salas usadas pelos funcionários são extremamente escuras.
O isolamento é ruim e os sistemas de aquecimento precisam ser
substituídos, assim como muitas das janelas, que não possuem bons
vidros. Teste de imagem termal, usado para identificar e medir gasto de
energia, mostrou o aquecimento escapando pelas janelas, o telhado e
buracos nas paredes.
VERBAS
Contribuintes financiam a casa real com um total de 38,2 milhões de
libras (R$ 103,5 milhões) por ano, valor que, segundo o site oficial da
monarca, custa aos 62 milhões de britânicos menos de 1 libra.
A página na internet destaca que as despesas reais têm sido cortadas
substancialmente nas últimas duas décadas, caindo de 87,3 milhões de
libras no ano fiscal de 1991-1992 para os 38,2 milhões de libras neste
ano. Esse total não inclui o custo de segurança para a rainha e sua
família.
Elizabeth 2ª também recebe 7,9 milhões de libras todos os anos para os
salários de seus funcionários e outras despesas, um valor que não subiu
nos últimos 20 anos.
A contabilidade mostra que o governo gastou mais de 15 milhões de libras
na manutenção de residências reais, incluindo o palácio de Buckingham e
o castelo de Windsor, e quase 4 milhões de libras em viagens reais.
Enquanto alguns criticam a rainha por tentar conseguir ainda mais ajuda do governo, outros a defendem.
O carpinteiro Ian Laming, 49, disse que o governo deveria ter aceitado
seu pedido. "Ela ajuda muito", disse, completando que a monarca é um
grande benefício à economia do Reino Unido. "Você só precisa andar até o
palácio de Buckingham para ver todos os turistas."