Fonte: http://ambientalsustentavel.org/2012/multa-da-chevron-no-equador-e-aumentada-para-us-19-bilhoes/
A multa à petroleira Chevron, acusada de
danos ambientais no Equador, aumentou para US$ 19 bilhões após um
tribunal da província de Sucumbíos ajustar a sentença em segunda
instância.
“Devido a um erro de cálculo, a
indenização é de US$ 19.021.552.000″, disse uma fonte do tribunal na
quinta à agência France Presse.
Na província, que fica no nordeste do
Equador e faz divisa com Peru e Colômbia, cerca de 30 mil pessoas se
consideram prejudicadas pelas atividades da Texaco entre 1964 e 1990.
Crianças equatorianas protestam contra a Chevron |
Moradores da região entraram com uma
ação contra a Chevron, para cobrar indenização, porque a companhia
adquiriu a Texaco em 2001 e não tem mais atividades no país. A companhia
se nega a reconhecer a condenação.
Em janeiro deste ano, a justiça
equatoriana ratificou em segunda instância a condenação de US$ 9,5
bilhões contra a Chevron. Um mês depois, a quantia quase duplicou porque
a empresa se negou a pedir desculpas públicas, como determinava a
sentença.
Ao conhecer o novo valor da multa, os
requerentes anunciaram que vão entrar com ações em outros países para
garantir o pagamento do montante.
O advogado Sergio Bermudes, que
representa os equatorianos, diz que houve descaso com a população e que
as sequelas e a duração das consequências lembram Hiroshima e Nagasaki
[alvos de bombas atômicas na 2ª Guerra Mundial].
ÁGUA TÓXICA
Segundo a acusação, a Texaco teria
derramado 60 bilhões de litros de água tóxica em rios e lagos durante
duas décadas, comprometendo fauna, flora e a saúde dos moradores do
local.
Como não está mais no Equador, os
autores do processo tentam executá-la em outros países. Em maio, eles
moveram ação no Canadá. Em junho, recorreram à Justiça brasileira.
BRIGA NO BRASIL
A Folha antecipou, em junho, que a briga judicial entre a petrolífera americana e o país sulamericano havia chegado ao Brasil. Um grupo de 47 equatorianos contratou advogados para executar bens da empresa no país.
A causa, apresentada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no dia 28, cobrava US$ 18,2 bilhões da Chevron.
OUTRO LADO
A empresa não reconhece a sentença.
Segundo James Craig, porta-voz da petrolífera, “o julgamento é
ilegítimo, um produto de fraude e suborno que não deveria ser
reconhecido por nenhuma outra corte do mundo”. A Chevron recorreu à
Corte Nacional de Justiça do Equador.
Ela acionou também um tribunal de
arbitragem na Corte de Haia, alegando que a Texaco deixou de atuar no
país na década de 1990 e que o governo equatoriano seria o responsável
pela situação ambiental na região.
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