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sábado, 2 de agosto de 2008

SABIA QUE é VOCE QUEM PAGA INCOMPETENCIA E MEGALOMANIA DA REDE GLOBO/ ROBERTO MARINHO - IV

GLOBO & BNDES


Ivson Alves

"Os caras-de-pau"

copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 13/03/02


"Tá bom, tá bom. Não deveria estar tomando em vão o santo nome de um filme com trilha sonora tão legal como referência, mas o que fazer se os meios de comunicação brasileiros se comportam de uma maneira tão cínica? Vejam três casos:

Roseana Sarney - No fim do ano passado, a governadora do Maranhão estava nas alturas, como bradava uma capa da Veja, e o estado que ela governava era até mostrado como um local agradabilíssimo para se viver na novela O Clone, da Rede Globo.

Só que Roseana é representante de um clã que domina o paupérrimo Maranhão há 36 anos (desde que seu pai, o ex-presidente José Sarney, tomou o governo estadual da oligarquia anterior, cujo chefe era o ex-senador Vitorino Freire) e as falcatruas se marido, Jorge Murad, são conhecidas por qualquer repórter brasiliense desde os tempos em que o sogro era Presidente da República. Então como só agora, há pouco mais de um mês, as tais falcatruas e índices haitianos do Maranhão passaram a ser enfocados na mídia com o devido espaço? Afinal, quando ela se lançou à Presidência, já nas matérias do fim de 2001 se deveria fazer o contraponto. Ou será que tal atitude investigativa se dá hoje porque, diferentemente do que ocorria há pouco, o Palácio do Planalto ungiu um candidato?

Para ser justo, houve tentativas de se fazer jornalismo sério neste meio tempo. Segundo um texto do excelente Palmério Dória que recebi pela internet (não sei onde foi publicado) um importante jornal paulista tinha feito matéria sobre as falcatruas de Murad, mas um telefonema de José Sarney impediu a publicação. Preocupante essa boa vontade, não? E houve até uma coleguinha, editora da publicação, que defendeu, segundo Dória, a censura. ‘Isso é pura sacanagem. Só porque ele é casado com a Roseana, isso agora aparece. Além do mais, essa matéria é puro machismo contra ela’, afirmou a moça, de acordo com o Dória. É ou não é para cara-de-pau nenhum botar defeito?

BNDES - As concorrentes berraram, mas os jornais se limitaram a cobrir burocraticamente a sem-vergonhice que foi o investimento feito pelo BNDES, através do BNDESPar, na Globo Cabo, holding do Império na TV paga. Um empréstimo de R$ 284 milhões em ano eleitoral para uma empresa que faz do parte do mais poderoso conglomerado de mídia do país é algo que até aquele histórico desafeto dos Marinho, Silvio Berlusconi, hesitaria muito em fazer (se é que faria) em sua Itália, onde manda em todas as TVs e no governo diretamente. E nem adianta dizer que vão ser ‘só’ R$ 59 milhões em dinheiro vivo porque:

1.O restante já foi dado antes como empréstimo, ou seja, o dinheiro saiu, não voltou e agora não volta mais;

2. Não resolve o ponto central: o erro é dar o dinheiro em si e não o quanto.

A cara-de-pau é ainda maior porque ninguém questiona a ação porque todos estão loucos para também receberem uma forcinha do banco que parece ter esquecido que o S que tem no fim do nome é de Social e não de Salvamento.

Grampo - Essa é hilária! A Veja desta semana tem como assunto de capa o jogo sujo em que já se transformou a eleição presidencial. Pois não é que a revista tem a desfaçatez de criticar o uso do grampo telefônico? Logo ela que, não faz nem um ano, usou de um grampo para desmoralizar o Ricardo Boechat? É cara-de-pau demais, né, não?

Picadinho

Para ser esquecido - O ano de 2001 foi realmente desastroso para as empresas de mídia. Segundo a pesquisa Inter-Meios, da PriceWaterhouseCoopers, a queda foi de 5,4% (de R$ 9,854 bilhões em 2000 para R$ 9,322 bilhões ano passado). E isso em termos nominais, pois se a conta for feita feita em dólar e incluindo a inflação o tombo é de 25%. Ou seja, a mídia brasileira chega ao ano eleitoral numa posição fraquíssima para se opor a qualquer pressão de anunciantes em favor de seus políticos favoritos.

Preparados - Tem consultor achando que as empresas brasileiras de mídia mais conhecidas (e mais necessitadas) poderiam partir para o mercado acionário assim que fosse votada a emenda que permite a entrada de sócios estrangeiros nos meios de comunicação. Elas pulverizariam as ações em forma de ADRs nas grandes bolsas de mundo, livrando-se desse modo de dividir a gestão ou ter que discutir conteúdo com os gringos. O problema é que as empresas de mídia no Brasil são familiares e teriam que mudar completamente seu modelo de gestão em poucos meses a fim de cumprirem as duras exigências legais de transparência e respeito aos minoritários que fazem parte de usos e costumes em bolsas de países civilizados.

Gravidez - Os executivos do Império juram que poderiam fazer as empresas imperiais cumprirem as exigências acima em nove meses. Teria sido para isso que Phillipe Reischtul foi contratado (pelo menos seria uma de suas missões...)."

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