RECEBA AS ATUALIZAçOES POR EMAIL

Insira seu email:

(o email para confirmar a ativaçao pode cair na sua caixa de spam. Verifiche-a.)

sábado, 16 de maio de 2009

DEPOIMENTO DE VINCENZO CALCARA (Introduçao)


Prólogo


22 Março 2008


Meu amado e estimado SALVATORE,

Tudo aquilo que, por dever, comuniquei a tua cunhada Agnese e a teu sobrinho Manfredi acredito que seja justo dizer também a ti.


Tudo aquilo que escrevo foi ditado, ponderado e pensado segundo minha consciência, a quem não poderia jamais mentir.


Não colocarei jamais em pratica qualquer meu desejo, qualquer minha decisão mesmo que acredite seja justa se, prima, esses desejos, essas decisões não serão aprovadas pela minha consciência.


Agirei sempre seguindo minha consciência.


Nessa viagem catártica que são as minhas confissões, farei acompanhar-me sim dos meus sentimentos, mas também daquela razão que sabe fazer atenção aos sentimentos.


Por outro lado, sou consciente do fato que, de frente a uma consciência maior que a minha e a sentimentos, deveres, desejos e decisões maiores que os meus, tudo aquilo que foi passado ao exame acurado da minha consciência se deve interromper.


Estimado Salvatore, nesses longos anos de intensas conversas que tive com tua cunhada Agnese, percebi o seu grande afeto por mim. Aconselhou-me, muitas vezes, de romper com meu passado, de não voltar mais atrás, mas olhar para frente e pensar ao futuro dos meus filhos. Obviamente, não posso deixar de apreçar o cuidado que essa grande mulher teve comigo e as lições de vida que, com alma sincera, me soube dar. Acredito que as palavras da Senhora Agnese tenham um único significado: desvincular-se do próprio passado permite, a cada um de nós, adquirir uma posição na qual é mais fácil, depois, compreender e viver melhor seja o presente que o porvir.


Uma coisa é certa. Tudo aquilo que essa nobre grande mulher me transmitiu, junto daquela honra que somente mulheres particulares sabem ter, manter, defender e colocar em pratica, o transmitirei às minhas filhas. Caso, por minha fraqueza, não conseguisse transmitir a elas tudo aquilo que indignamente recebi do teu irmão PAOLO, da tua cunhada, dos teus sobrinhos e, agora, também de ti, seria para mim uma terrível e vergonhosa derrota.


Nas longas conversas que tive com a grande alma do teu irmão PAOLO e com tua cunhada, não posso não lembrar duas grandes palavras: “verdade” e “homem livre”. Essas duas maravilhosas palavras fazem parte daquele grande patrimônio de valores que eram próprio do teu amado irmão PAOLO e que também a ti dignamente pertencem.


E realmente: a Verdade nos torna livres.


Mas também é verdade que um diamante sujo de carvão não pode jamais refletir a própria luz.


Sou tremendamente convicto que um homem pode ser definitivamente livre somente depois de ter feito respeitar a Verdade e ter amado aquilo que está dentro e além da Verdade.


Somente depois de ter sido amada mais do que qualquer outra coisa, a Verdade entra na alma de um homem tornando-o livre.


A filha do rei de Tróia, Cassandra, dizia a Verdade, mas ninguém acreditava. Ninguém jamais se moveu em seu favor em quanto a Verdade de Cassandra era uma “Verdade de previsao”, de pressagio e, por isso, sem fundamento. Só aquele homem astuto, usado e comandado pelos chefes gregos para que convencesse - com o engano - os troianos a deixar entrar o cavalo dentro da cidade, sabia a Verdade.


Sou consciente do fato que, antes de pensar às milhas filhas, devo amar a Verdade, em quanto essa foi a base do nascimento delas. Somente com esse profundo sentimento de amor pela Verdade posso tornar-me um homem livre e, então, evitar uma triste derrota! Coisa seriam minhas filhas sem honra? Seriam como a comida sem sal. Como posso transmitir e ensinar a essas quatro criaturas aquele sentimento de honra que me faz ser um homem livre, se essa honra é poluída de medo e egoismo? Procurarei defender a minha honra e a Verdade a qualquer preço. Até mesmo transcurando os meus sentimentos. Julgo a honra e a Verdade mais importante que minha própria vida. Somente honrando a Verdade o meu coração, consumido por uma tragédia infernal, poderá ter paz.


Quem me escuta não deve comover-se por mim. Comoção deve-se ter pelo sangue inocente do Dr. BORSELLINO e por aqueles maravilhosos rapazes da Policia Federal que morreram por ele estando-lhe ao lado até o fim. Frente a esses valorosos e corajosos policiais eu me curvo profundamente.


Creiam em mim, sei aquilo que digo. E assumo a responsabilidade. Desafio qualquer um a demonstrar o contrario daquilo que sempre disse, que estou dizendo e que sempre direi até a ultima gota de sangue. A minha força é a Verdade, que sempre disse e sempre direi. Nada me mete medo. Poderão matar-me fisicamente (e bem vinda a morte), mas não poderão matar a Verdade. Peço-lhes de considerar com atenção as minhas palavras e a sinceridade que está atrás delas. A sociedade civil me ensina que quando um homem é sincero o mundo se move!


Messina Denaro Francesco (a saber: fugitivo que pertence a organizaçao Mafiosa “COSA NOSTRA”, o quinto criminoso mais procurado segundo revista Forbes – ndr.), o meu chefe absoluto, amava mais que sua própria vida, mais que seu filho Matteo e mais que qualquer outro afeto, aquela Ideia do Mal que partoriu “Cosa Nostra” e que fez dessa uma forte Entidade ligada a outras entidades. Messina Denaro Francesco era bem consciente do fato que, somente colocando em primeiro lugar a Entidade “Cosa Nostra”, poderia fazer do seu filho Matteo um gênio e um grande chefe. Matteo Messina Denaro hoje testemunha seu pai Messina Denaro Francesco, que continua a viver dentro dele. Ao contrario de Messina Denaro Francesco, eu consagrei as minhas quatro filhas aquela Ideia do Bem que acolhia tudo aquilo que o meu amado Dr. BORSELLINO amava, incluída a Verdade, os valores, a coragem e o dever. E eu, se não fizer meu dever, não me sentirei digno de pensar aos meus filhos.


Saiba, meu estimado Salvatore, que se eu consagrei as minhas quatro filhas, a mãe delas e eu mesmo a essa nobre Ideia do Bem, cheia de luz infinita, foi por que acreditei nele.


E eu sou pronto a morrer por aquilo que acredito!


Essas minhas filhas e a minha mulher têm o sacrossanto direito de serem amadas por mim de um amor que não seja egoísta, privo de coragem, de valores e de Verdade por que, então, aquele amor lhes renderia escravas da Ideia do Mal e lhes portaria à distruição física e espiritual. As minhas filhas têm o direito de atingir, através de mim, aquela Verdade que me tornou livre e que eu tenho o dever de transmitir com amor altruísta e coragem, Tais valores darão, seguramente, às minhas filhas uma solida base. Sobre essa, poderão, dignamente, preparar-se para a “corrida da vida”, na qual participarão como mulheres livres, junto com a livre sociedade civil. Dali, depois, poderão projetar-se ao futuro e ter como meta a vitoria final sobre aquela infame Ideia do Mal que conheci diretamente e que tantas amargas lagrimas, sangue e dor causou aos filhos da grande nobre Ideia do Bem, cheia de luz e verdade.


Sou consciente que o meu presente atual é ligado “àquele presente”, àqueles momentos nos quais amadureci a minha escolha e ao encontro que tive com o teu irmão PAOLO. O Dr. BORSELLINO tirou horas preciosas das pessoas que amava per dedicar-las à Verdade, fazendo da Verdade a finalidade da sua vida. O Dr. BORSELLINO era e é uma grande alma que serviu o Estado e a sociedade até o fim. Eu não tenho a sua coragem, mas tenho o dever de fazer respeitar e defender a Verdade que me tornou livre.


Caro Salvatore, aquilo que continuo a comunicar-te tem um só objetivo: o meu dever de reconhecimento pelo Dr. PAOLO BORSELLINO, que se traduz no dizer a ti cada meu pensamento, sentimento, idéia e qualquer outra coisa que realmente era e é ligada “àquele presente” que vivi com teu irmão PAOLO. “Aquele presente” que é e será sempre o meu presente. Não permitirei a ninguém de colocar esse presente no esquecimento.


O coração não se comanda, mas ainda mais à razão! Entretanto sou consciente que, frente a um coração e a uma razão maior que a minha, devo parar e obedecer. Farei sempre de tudo para demonstrar que atrás de cada minha palavra tenha uma certeza, uma realidade.


Alguém continua a demonstrar de me querer bem somente “com belas palavras” e me deu a impressão que, com diabólica sutileza, ao contrario, tenha interesse a colocar no esquecimento aquele presente que me liga ao teu irmão PAOLO. Digo isso por que frequentemente sinto dizer essas palavras: “Passaram muitos anos”. Queria tanto fazer entender a quem com inteligencia sabe usar a razão (a mesma que exaltava Machiavel) que não precisa colocar do lado a essa razão aquela sutileza diabólica que contribui a reforçar a Idéia do Mal. Posso permeter-me de dizer a quem quer aparecer como “Paladino da França” e fazer crer de ser a altura de combater o Mal, que o fruto não nasce das belas palavras, mas nasce e amadurece com uma ação forte e determinada. Querem demonstrar sabe-se la o que, mas na realidade procuram somente o próprio interesse. Os frutos não são todos iguais. Existem frutos que saciam somente o corpo e existem aqueles que saciam seja o corpo que o Espirito. As belas ações completadas por quem tem em mãos as “sementes” do Dr. PAOLO BORSELLINO não devem ser egoístas (em modo da saciar somente o corpo), mas devem ser altruístas, cheias de lealdade e coragem, em modo da saciar corpo e espirito. Se tem alguma coisa a fazer, si faça bem. A ação mais deplorável e mesquinha é aquela morna, aquela que não é nem fria nem quente.


Aquela sociedade civil, da qual Dr. PAOLO BORSELLINO era devoto e que servia com fidelidade, deve saber que aqueles homens dos Poderes Ocultos dos anos ‘80 e ’90 que faziam parte das Instituições (inclusas aquelas religiosas) deixaram herdeiros. Esses herdeiros continuam a levar avante aquilo que hereditaram.


Sem sombra de duvida, como então o carnífice andava ao funeral da vitima, assim também hoje acontece a mesma coisa. Existem tantas associações que são abertamente contra a mafia (e não só a mafia) e que continuam ainda hoje a recordar, defender e honrar as vitimas dos atentados, bem conscientes do risco que correm (como por exemplo Giorgio Bongiovanni). Mas não se deveria esquecer que também o carnífice sabe chorar e é muito bom em externar uma falsa dor. Os herdeiros dos carnífices também dizem abertamente ser contra a mafia e recordar com engano e hipocrisia as vitimas desse mal escuro. Mais, em certos casos, demonstram ser melhores de quem realmente combate com lealdade. Quem herdou força e poder sem saber, se quiser ser realmente leal, em primeiro lugar não deve nunca honrar e defender aquela força negativa que o criou e deve entender que a guerra não se faz como fazia Don Chisciotte.


Uma vez, Antonino Vaccarino, ex prefeito de Castelvetrano, pupilo de Francesco Messina Denaro, me disse estas palavras: “A força da antiga Roma e as conquistas dos romanos se deviam exclusivamente à Idéia de Roma. Roma era uma Idéia! Saiba, caro Enzuccio, que a Idéia a qual pertencemos é mais forte que a Idéia de Roma. Nessa sublime e potente Idéia é incluída a nossa Entidade, junto a outras Entidades”. (Entidades: Cosa Nostra, 'Ndrangheta, peças desviadas das Instituições, peças desviadas da Maçonaria e peças desviadas do Vaticano, ndr.)


Estimado Salvatore, para vencer essa Idéia do Mal se deve atacar os herdeiros dessa Idéia que os fazem ser fortes. Necessita golpir-lhes no coração! Mas, mais que os homens, se deve destruir a Idéia que é radicada nesses homens.


Sou seguro que quem ordenou a Messina Denaro Francesco de organizar o plano para matar o teu Amado Irmão, lhe tenha manifestado também a preocupação e o medo que esse plano fracassasse. Tanto que, per colocar-se ao seguro, Messina Denaro Francesco organizou não um, mas dois planos para mata-lo, sendo que em um modo ou outro não teria escapatória! O primeiro consistia em mata-lo com um fusil de precisão e, nesse caso, teria sido eu a disparar. O segundo plano consistia em mata.lo com um carro-bomba e, também nesse caso, eu teria participado, mas com um papel de menor importância: teria feito simplesmente da cobertura. Posso dizer ter visto com os meus olhos a condenação à morte do Dr. BORSELLINO! Lembro bem o dia no qual, a casa do prefeito Vaccarino, estava o meu chefe absoluto Messina Denaro Francesco que me disse de estar preparado para participar ao assassinato do Dr. BORSELLINO ou de um seu substituto.


O Dr. BORSELLINO não deveria ter morrido! Todos sabiam que tinha um plano bem organizado para eliminar-lo quando era procurador de Marsala e que esse plano deveria ser concluído pelo meu Chefe Absoluto da histórica família de CASTELVETRANO Messina Denaro Francesco. Dessa morte anunciada a televisão de Estado falou muitas vezes.


Mas fui eu o primeiro a falar abertamente nos primeiros meses de 1992 na Corte d’Assise d’Appello de Palermo, onde se procedia contra Nitto Santapaola e Mariano Agate por homicidio do prefeito de Castelvetrano Vito Lipari. Giuffrè, aquele “pentito-a-metà”, confirmou aquilo que eu disse na Corte D’Assise de Palermo ao Presidente Barreca. Mas, aquilo que vai além de Cosa Nostra, o colaborador de justiça Giuffrè tem medo de falar! (“pentito” é como os italianos chamam os ex-mafiosos que decidem de colaborar com a justiça e contam o que sabem, por isso “pentito” que está para arrependido= colaborador de justiça)


Lembro quando me encontrei na cela de isolamento da prisão de Favignana, quando, depois de uma longa introspecção e uma analise de tudo aquilo que foi minha a vida, entendei que a mafia tinha me usado, educando-me com valores errados, hipócritas e violentos que tinham colocado a minha própria vida em perigo. Naqueles momentos me vinha em mente o Dr. BORSELLINO, o juiz que eu deveria ter matado para eliminar um dos maiores obstáculos ao domínio mafioso. Naquela cela de isolamento tinha, em mim, uma grande dor interior e, antes que eu decidisse de chamar o Dr. BORSELLINO, entendi que essa força do Mal que tinha me plasmado desde a juventude tinha mostrado toda sua fraqueza e velhaqueria davante a sua profissionalidade e a sua coragem. Essa coisa os rendeu, frente aos meus olhos, não invencíveis como me tinham feito crer, mas sim vulneráveis! O meu não foi somente um arrependimento judiciário mas também um arrependimento interior e moral. Colocava em jogo todos aqueles valores e ensinamentos mafiosos que tinham mostrado toda sua fraqueza frente à nobre coragem do Dr. BORSELLINO. Esse arrependimento interior devo sobretudo a ele, enquanto me estava sempre perto e me ajudava a entender as razoes profundas do meu arrependimento.


Com aquela luz particular nos olhos me dizia: “Vincenzo, asseguro-te que a palavra arrependido é uma palavra nobre”. E me citava o arrependimento do rei Davi depois de ter matado um inocente e ter-lhe subtraído também a mulher.


Quando encontrei-o, entendi que tinha alguma coisa que unia-nos e que essa coisa não era só a nossa relação, tao diversa, com aquela força do Mal da qual eu fazia parte, mas alguma coisa ainda mais escura e inevitável: a escura imensidade da morte! Com ele dividia o mesmo destino de morte, decidido pelos chefes mafiosos e daquelas Entidades reunidas em uma grande e potente força do Mal. Sabíamos ambos que seriamos mortos e isso rendeu-nos ainda mais ligados. E eu, Vincenzo Calcara, que cri nessa força do mal e era pronto a morrer por ela, não podia não unir-me a um homem com o qual tinha em comum apenas uma coisa: a morte! Sim, por que eu também fui condenado a morte, tendo tido uma relação com a filha de um homem de honra. Sabia muito bem que a minha condenação à morte seria executada depois de terem me usado para matar o Dr. BORSELLINO.


Todas as vezes que o encontrava, permanecia realmente golpeado do seu sorriso desarmante, daquela luz no seu olhar, o olhar de quem é fiel a si mesmo e as regras até o fim. Mas era golpeado também da sua bondade, digna somente do mais devotos cristãos. Repito, o Dr. PAOLO BORSELLINO, como magistrado não era segundo a ninguém. A sua humildade cristã o fazia aparecer segundo ao seu amigo FALCONE (Giovanni Falcone, outro juiz anti-mafia assassinado), mas na realidade a sua profissionalidade fez sim que a sua morte fosse antecipada.


Meu caro, deves também saber que o carinho particular que o teu amado irmão tinha por mim nasceu e se reforçou somente depois ter tocado com as suas mãos a minha lealdade com ele. Graças a mim encontrou provas e evidências de alguns mistérios, que para ele eram mais importantes do que a sua vida que eu tentava salvar. Em seguida, ele chamou Sua Excelência o Alto Comissário Finocchiaro e colocou-me em segurança nas suas mãos salvando-me a vida!


A sociedade civil não deve saber só as relações de afeto e abraços entre mim eo Dr. Borsellino. Deve ser consciente do seu profissionalismo e todas as outras coisas que criaram medo, que continuam a fazer medo e que estão guardadas fechadas nos armários.


O Doutor Borsellino tinha metido em perigo grandes interesses. Era, portanto, um obstáculo e um perigo por aquilo que ainda poderia fazer. O Sr. Borsellino tinha posse de verdades incómodas. De verdades que faziam e ainda hoje fazem medo seja a “Cosa Nostra” que àqueles poderes ocultos muito perigosos desde sempre ligados à “Cosa Nostra”.


Muitos, mesmo entre aqueles que se passavam por seus amigos, deveriam se envergonhar te-lo deixado sozinho ao seu destino.


Como eu acredito na consciência do homem e sei com certeza que não se pode mentir à propria consciência, eu apelo especialmente para aquelas pessoas da sociedade civil que, mesmo não envolvido com nenhuma destas Entidades maléficas, não tiveram a coragem de dar um passo avante para blindar e defender a vida e o corpo físico do Dr. Borsellino. Para eles, quero enviar todos os bons sentimentos e vibrações positivas que o Dr. Borsellino me enviou. Só assim poderão evitar lágrimas de arrependimento.


Milhares de pentiti falaram (pentiti sao os ex-mafiosos que decidiram colaborar com a justiça e relatar como funciona o sistema mafioso, quem sao os poderosos chefoes, ecc...). Mas existem coisas que não foram nunca ditas. Muitos deles não falaram sobre isso, simplesmente porque não sabiam. Alguns, porém, que conhecem essas coisas, acreditam que, não falando, teriam salvo a vida.


Eu, ao contrario, quero falar, porque tenho meu “as” na manga. Só eu tenho esse privilégio e, por isso não posso causar muitos danos ou problemas àqueles que investigam estas coisas. No que diz respeito às Entidades ligadas à “Cosa Nostra”, conversei bastante com o Dr. Luca TESCAROLI no Ministério Público de Roma. Agora, eu temo por sua vida, bem como pela Doutora Monteleone, por causa das investigações que estão conduzindo. Por outro lado, entendo que um atentado ao Dr. Tescaroli não seria conveniente para aqueles que desejam a sua morte: seria uma confirmação implícita das coisas que digo.


Acho que posso dizer que cheguei a conhecer cerca de 80 a 90% da Verdade.


Todas as coisas que contarei são as mesmas que contei ao Dr. Borsellino.


Ele tomava nota no seu diário vermelho.


Aquela mesma agenda que foi feita desaparecer misteriosamente no dia do atentado na Via D'Amelio.


E que não foi mais encontrada.


(NOTA MINHA: Via D’Amelio foi a rua no qual aconteceu o atentado a bomba que matou o juiz anti-mafia Paolo Borsellino e cinco homens que o escoltavam na frente do portao da casa de sua mae. Aconteceu 57 depois que a mafia havia assassinado, também com um atentado, outro juiz anti-mafia, sua mulher e 3 homens da escolta. Esse ultimo conhecido como atentado de Capaci.

Sò se consegue ter uma idéia da monstruosidade do atentado olhando as imagens depois do atentado que matou PAOLO BORSELLINO:

http://www.youtube.com/watch?v=2xr9UlFVEd0

e do atentado que matou GIOVANNI FALCONE

http://www.youtube.com/watch?v=aFe2WI3rLyU&feature=related).





.




CLIQUE PARA IR AO INDICE DO DEPOIMENTO DO EX-MAFIOSO VICENZO CALCARA

Nenhum comentário: