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terça-feira, 19 de maio de 2009

O ATENTADO AO PAPA WOJTYLA

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Na Primavera de 1981, enquanto estava em Milão, Michele Lucchese se aproxima e me diz que tem, absolutamente, de falar comigo de algo de extrema importância.

"Enzo, estas são as ordens. Em 12 de maio, deves pegar um trem para Roma. Escutes bem. Na estação (ferroviària)Termini, duas pessoas estarao esperando-te na linha número 3. Tu lhes conhece. Um deles é Xavier Furnari, o chefe Decina da família de Castelvetrano. Faz parte do "grupo de fogo." O outro é Vincenzo Santangelo. É um homem de honra também. É o irmão de Lillo Santangelo, afilhado do nosso chefe absoluto Francesco Denaro Messina. Eles te dirão o que fazer. Precisaras ter em custódia dois turcos que serão entregues por um búlgaro. Este búlgaro é importante e confiável. Suficiente. Não posso antecipar-te nada. Digo-te só que na Cidade Eterna está prestes a explodir uma bomba que vai ficar na história! Caro Enzuccio, prepara-te, sei que não vais me decepcionar ".

Conforme acordado com Michele Lucchese, a noite de 12 de Maio de 1981 pego o trem para Roma. Chego à estação Termini na manhã seguinte, sigo as ordens à letra e vou até a linha 3. Como já tinha antecipado, Furnari e Santangelo estão ali em um banquinho. Vejo que eles não estão sozinhos. Com eles, está uma pessoa que não conheço.

Furnari me apresentá-o imediatamente. "Ele é Antonov, o búlgaro. Tem relações estreitas com a máfia turca e Cosa Nostra. Será ele a dizer-te o que fazer. Mas antes vamos tomar café da manhã. " Após o café, todos nós quatro fomos a Praça San Pietro.

Apenas entrei na na praça, Furnari me e cochicha na orelha: "Agora te colocas completamente à disposição do Antonov e executa com perfeição tudo o que te disser ".

Olho o búlgaro. Sabe já o que me deve dizer. Mi indica um ponto, no início da praça: "Eu e tu nos encontraremos lá esta tarde."

Depois do almoço vou no exato ponto indicado por Antonov. Mais ou menos as quatro da tarde. Ele já está ali esperando por mim faz um tempo. Lembro-me que a praça já estava cheia de fiéis à espera de ver o Santo Padre. O búlgaro olha ao redor.

Quando é certo que ninguém está escutando me diz: "Aqui te trarei dois turcos. Tu os levarás onde te for dito. Agora, porém, primeiro me acompagna ao interno da praça uns cinqüenta metros. Depois, volte aqui e espere eu voltar com os turcos. Esteja ciente, no entanto, que não levarei menos de uma hora."

Nos metemos no meio da multidão no interior da praça. A um certo ponto Antonov trava: "Bem. Tu, não conheces os dois turcos, mas saibas que eles, neste momento, te viram junto comigo e te conheceram. Eles têm ordens de te seguir. Farão tudo aquilo que tu disser."

Eu aceno com a cabeça para dizer ter entendido: "E se acontece algo de imprevisto?"

Antonov já pensou: "Não se preocupe. Se por qualquer motivo, não posso acompanhá-los, eles vão vir no lugar onde tu estás. Disse-lhes o ponto exato. Irão dizer estas palavras: "Olá Antonov". Aqui, por favor, leve este rosário. Lembre-se de manter-lo sempre na mão esquerda, bem à vista. Quando os turcos virão até ti, cumprimente-os com a mão esquerda. E lembre-se: eles estão armados. "

Aproximadamente uma hora após a praça estava superlotada de pessoas. Quase não dava para se mover. Era quente. E a multidão te roubava o fôlego. Eu estava lá, no local estabelecido, à espera que o búlgaro me trouxesse os dois turcos. Papa Wojtyla estava fazendo seu habitual percurso através da multidão. Lembro-me de um mar de mãos e olhares para buscar a bênção do Papa. Em um certo momento, longe, em meio ao barulho geral, escuto um forte barulho, como uma explosão. Talvez um tiro. Por um momento, o silêncio. As pessoas estão confusas, desorientadas, com medo. Alguns começaram a gritar: "Atiraram no Papa! Atiraram no Papa!" Em um instante se dá um tumulto. Lembro-me de um enorme confusão. Pessoas gritando, pessoas correndo, pessoas chorando. Continuo no meu lugar. Logo após, cerca de dez minutos, vinte, no máximo, vejo chegar Antonov correndo. Tem um turco com ele.

Apenas me vê grita: "Sai fora! Saia imediatamente! Levas o turco daqui."

Antonov é suado, agitatissimo. Levo-o comigo. Juntos, nos dirigimos rápido à estação Termini. O combinado é sempre a linha 3. Furnari e Santangelo já estão lá a esperar-me. Tudo conforme o esperado. Eles já prepararam o bilhete do trem para Milão. Furnari me diz: "Enzo, relaxe. Não há necessidade de correr. O trem está atrasado uma hora." Partimos de Roma nós quatro; já é tarde da noite. Na manhã do dia 14, chegamos à estação em Milão. Alì nos dividimos. Eu, naquela noite, tenho um compromisso na casa de Michele Lucchese. Furnari e Santangelo cuidam do turco. Cumprimento-os, abraço-os e saio da estação.



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