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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

BRASIL - A face escondida sob a mascara da violencia

Este foi um trabalho de pesquisa bibliografica e entrevistas realizado para a faculdade junto dos colegas Carla dos Santos Mendes e Marcus Alexandre da Costa.

Um pouco lungo, mas acredito que pode ser um pouco util para se ter outra visao do nosso Brasil. Olhar os problemas de outro angulo pode nos fazer crescer.


AS ORIGENS DA VIOLÊNCIA URBANA


RESUMO

Este trabalho demonstra a relação entre violência e educação. Aborda temas como a ética e a moral dos seres humanos, apresenta a educação como forma de extermínio da violência e salienta a necessidade das pessoas serem solidárias aos seus semelhantes de forma a encontrarem a paz e a felicidade conjunta e verdadeira.


SUMÁRIO


INTRODUÇÃO

1 GÊNESE

1.1 Do nascimento

1.2 Da trajetória

2 VIOLÊNCIA, EDUCAÇÃO E CULTURA

2.1 A arte burguesa

2.2 O papel dos pais

2.3 O papel da escola

2.4 O papel da sociedade

CONCLUSÃO

Anexo A – Violência contra professores 19

INTRODUÇÃO


Nossa sociedade vive momentos de angústia e terror. Ao sair pela manhã o retorno ao lar é duvidoso. A violência urbana está por todos os lados e não escolhe sua vítima. Ela pode ser de qualquer classe, idade ou sexo. Vive-se o caos.


Os contrastes sociais são cada vez maiores. Os pobres cada vez mais oprimidos e sem oportunidades de trabalho, educação, lazer... Os ricos, por sua vez, isolam-se atrás de grades, cercas elétricas, seguranças particulares, carros blindados e não se importam com o bem estar dos seus demais. Quanto aos governantes dos estados e da união; não desempenham suas atribuições de forma correta, moral e ética. Os interesses pessoais de parte favorecida da população são tratados com primazia aos interesses sociais.


Não vive-se nem educa-se os indivíduos adequadamente. Sentimentos como o amor e a fraternidade dificilmente são lembrados. E, quando lembrados, vêm acompanhados de hipocrisia e cinismo. É a era do salve-se quem puder.


Neste trabalho a intenção não é se ater à visão elitista e da mídia em geral de que ladrão é vagabundo e a solução é, simplesmente, colocá-lo em uma cadeia sem as mínimas condições de higiene na qual a lei predominante é a do cão. Também não tem o intuito de posicionamento à favor ou de defesa da violência dos marginais e infratores, mas, sim,

buscar a conscientização das pessoas que devem ser promovidas ações preventivas a fim de evitar que estas pessoas tornem-se merecedoras de tais adjetivos.


Procurar-se-á analisar melhor as situações que levam pessoas a praticarem a violência em centros urbanos. Primeiramente, focalizar-se-á as observações no convívio familiar e na educação dada por ela. Posteriormente, na educação e na lacuna do ensino escolar, seja ele de nível básico, médio ou superior, fornecida pelas instituições de ensino governamentais – que tem a obrigação constitucional de fornecê-la e não o fazem – e privadas. A finalidade, com isto, não é apenas remediar, mas alcançar as origens desta violência urbana e apontar soluções para as suas causas.


1 GÊNESE


Para que uma criança se torne um homem solidário, justo, fraterno, necessita de uma família estruturada que terá a responsabilidade de transmitir bons preceitos éticos e morais que servirão de alicerce por toda a sua vida. Da mesma forma estrutura-se o caráter de uma nação.


    1. 1 Do nascimento

Galvão (1997 p. 15-16) descreve:


Descobrir uma terra, ética e historicamente falando, é chegar a um lugar abandonado, sem dono, onde inexistam culturas e/ou valores sociais. Subjugar, matar, roubar, impor padrões de cultura, é praticar rapina, é conquista armada, legítimo ataque" [...] "O que foi levado para a Europa, principalmente em ouro e pau-brasil, é incalculável.


Como podemos verificar, ao contrário do que nos revelam os livros de história onde o descobrimento do nosso país é tratado como ato de coragem e bravura do povo Ibérico, fomos colonizados de forma bárbara e hostil. Se continuássemos a analogia do capítulo anterior, poderíamos afirmar que o Brasil é uma criança que nasce sendo o fruto de um roubo seguido de estupro.

2.2 Da trajetoria


No decorrer de cinco séculos, vemos sistemas sociais e políticos atenderem a interesses da classe burguesa em detrimento das necessidades mais básicas do povo.


Conforme Galvão (1997 p. 16), "Da conquista arbitrária seguiu-se a colonização violenta e a consolidação injusta, que vieram desaguar qual um fétido esgoto, no modelo sociopolítico atual, elitista, concentrador, não-solidário, fechado, corrupto, violento e excludente". Ainda, Galvão (1997 p. 17):


A pobreza no Brasil tem raízes profundas, históricas. Começa na invasão, toma corpo na colonização e na escravidão, reforça-se no coronelismo, nas oligarquias políticas, indo tudo desembocar nas revoluções promovidas pelas elites. Entretanto, enquanto se contempla o esfacelamento de nossa política, resultante de tantos fatores despidos de ética e moral, é indispensável lembrar que trazemos essas marcas desde nossa gênese histórica, e que tudo começou com uma invasão armada.


Ainda Galvão (1997 p. 14-15) cita em seu livro um fato sensacional sobre a estúpida colonização européia:

Tudo começou com os descobrimentos ... '0 brado discricionário do vigia da gávea da nau Santa Maria – 'terra à vista' - tornou-se a ata de um gesto característico de desrespeito à vida, à cultura, à propriedade e aos sistemas constituídos'. A esse respeito há um fato triste, constrangedor mas extremamente esclarecedor destas assertivas. Quando o Papa João Paulo II visitou o Peru, em 1985, recebeu, dos sobreviventes dos índios aimaras, das mãos do cacique Ramyro Reinaga, uma Bíblia bem velha, surrada. 'Nós, índios dos Andes e da América, decidimos aproveitar a visita de João Paulo II para devolver-lhe a Bíblia, porque em cinco séculos ela não nos deu nem amor, nem paz, nem justiça. Por favor, tome de novo a sua Bíblia e devolva-a aos nossos opressores, porque eles necessitam mais de seus preceitos morais do que nós, pois, desde a chegada de Cristóvão Colombo, foram impostas à América, pela força, uma cultura, uma língua, uma religião e valores próprios da Europa. A Bíblia chegou para nós como parte de um projeto cultural imposto. Ela foi a arma ideológica desse assalto colonialista. A espada espanhola, que de dia atacava e assassinava o corpo dos índios, de noite se convertia em cruz que atacava a alma índia'.

Reinaga, apud Galvão (1997 p. 15), expressou em poucas linhas toda a indignação que sua tribo carregava na alma. O povo brasileiro tido como mais civilizado que os povos indígenas, em quinhentos anos, ainda não conseguiu colocar em um livro de história sua verdadeira história. A nação segue uma educação Ibérica expansivista, exploradora, escravicionista, impiedosa com as classes desfavorecidas. Chega-se ao quadro do rico ficar cada vez mais rico e do pobre ser "promovido" a indigente.


  1. VIOLÊNCIA, EDUCAÇÃO E CULTURA


Violência, educação e cultura estão intimamente ligados entre si e às nossas vidas. É impossível se falar em violência urbana – ou qualquer tipo – sem remeter-se aos dois outros substantivos [...] "violência (população sem esperança, sem escola, sem estudo)" [...] (GALVÃO, 1997. p.62). Referindo-nos a educação nota-se que ela torna-se um sério agravante da violência quando as pessoas se vêem sem esperança devido à falta de oportunidades geradas pelos poucos (ou nenhum) anos de estudo. Ela também é cultivada desde os primeiros anos de vida dos seres humanos na família e continua nos anos acadêmicos. Já a cultura, por sua vez, generaliza e marginaliza a toda a classe pobre. Essa cultura esquece que os maiores ladrões não estão nas favelas ou vilas. Ela, costumeiramente, situa-se apenas nas mentes dos integrantes do grupo dos abonados. Estes temas abordaremos neste capítulo, bem como uma derivação especial da arte.


2.1 A arte burguesa


A atual sociedade burguesa em sua incessante busca pelo requinte e preocupadíssima com as aparências valoriza a arte de Shakespeare, Goethe, Picasso, Monet, Renoir, Mozart, Vivaldi, Bach, Schubert, porém a arte que mais lhe apraz e é útil são as "ARTEmanhas" do sofisma. Galvão (1997 p. 64) cita:

Há meses, um cronista de um jornal de Porto Alegre, perfilado aos ideais neoliberais do patrão, gastou uma página inteira para elogiar a atualidade econômica, afirmando que o pobre nunca comeu tão bem. Vejam o exercício de sofisma que ele apresentou: "um frango e um quilo de arroz custam R$ 3, e dá para alimentar seis pessoas". Esse invariável cardápio, comido durante um mês, resultaria num gasto de apenas R$ 90. À primeira vista, parece tudo bem. Tudo bem para um jornalista, que deve levantar seus R$ 15.000 / mês. Ele esqueceu-se, porém, de alguns detalhes. Noventa reais é o líquido de quem ganha salário mínimo; isso se estiver empregado. Além desse detalhe, em seu sofisma, o comunicador esqueceu-se que, para comer frango com arroz durante um mês (se é que alguém agüenta), é necessário sal, óleo, sabão para lavar panelas e pratos, e gás. A esta altura, os R$ 90 já foram para o espaço. E tem mais: um quilo de frango e um quilo de arroz dá para o almoço; não sobra para a janta. E, pelo visto, não vão tomar café da manhã. É isso que revolta. Esse cinismo dos que querem, através de panacéias sofistas, oriundas de falsas ideologias, encobrir a fome e a miséria do povo.


Vê-se no cotidiano que os fatos são narrados de forma maquiada, ou seja, eles são reportados com o intuito de ludibriar a população de menor instrução, escondendo as verdadeiras intenções das elites e dos governantes.


O psicólogo chileno Cláudio Naranjo, apud Teles (1992 p. 76), diz que: "Se queremos mudar o mundo é preciso mudar a gente que está neste mundo. E esta mudança só pode ser feita através da educação".


Esta mudança, que pode reverter o quadro que se encontra nosso país, ocorrerá quando todos tiverem acesso a uma educação de qualidade, diferente da atual.



2.2 O papel dos pais


A personalidade de uma criança se forma até os cinco anos de idade como ensinou o pai da psicanálise. Levando-se isto em consideração, a estrutura familiar torna-se de suma importância na vida. Quantos são os casos de pais bem sucedidos, graduados, com mestrados, doutorados que sabem tudo sobre a ciência, mas parece que esquecem as exigências do coração. Quantos os casos de cardiologistas renomados, com títulos que sabem como ninguém tratar das enfermidades fisiológicas do coração, entretanto são imperitos ao lidar com as enfermidades não fisiológicas deste órgão. A atenção, o carinho, o prazer da companhia, a imposição de limites na hora e na medida certa são negligenciados. Se não forem impostos limites provavelmente estas crianças serão indivíduos egoístas, sem consciência moral, sociopata incapaz de viver e construir uma sociedade fraterna.


Teles (1992 p. 11) comenta:


Uma coisa é certa: no lar, os pais não compreenderam que à liberdade corresponde a responsabilidade e que quem vive em sociedade tem que conhecer os limites que lhe são impostos naturalmente. Além disso, acostumados a uma educação vertical, simplesmente inverteram os papéis, ficando os filhos como "dominadores". Passaram, pois, os filhos a controlar os pais, principalmente com chantagens emocionais, e estes, para fugir deste controle e de qualquer responsabilidade adotaram a filosofia do "laissez faire" (deixar fazer), procurando ausentar-se o mais possível do lar.


É aqui que deve-se começar as ações preventivas já citadas. As crianças órfãs de carinho não poderão ter um bom resultado escolar. Os pais transferem suas responsabilidades, no que diz respeito à educação, à moral e à ética, às instituições de ensino e/ou professores e muitas vezes são capazes de culpar os docentes pelo resultado insatisfatório de seus filhos nos exames. Cabe aí uma reflexão, pois a criança necessita de um modelo a seguir. Alguém em quem se basear na construção de seu caráter. E estes devem ser o pai e mãe.


2.3 O papel da escola


O método de estudo brasileiro necessita de mudanças. Não basta fazer o ensino bulêmico, de memorização momentânea. Teles (1992 p. 19) afirma: [...] "acredito em uma Educação Humanística libertadora e em uma pedagogia de divergência" [...]. Os alunos devem ser instigados para que possam tirar suas próprias conclusões, pois cada um tem seu ponto de vista considerando as circunstâncias e fatos decorridos em sua vida enobrecendo, desta forma, o ensino dentro da sala de aula. Ainda Teles (1997 p. 9) "Mostram-nos o Homem como um ser racional para, mais tarde, percebermos que ele é, acima de tudo, emocional". Seria interessante, também, na questão do relacionamento, pois os alunos poderiam aprender a respeitar os demais vendo que cada pessoa possui uma trajetória com diversos problemas financeiros, sociais, sentimentais criando assim uma visão humanística. Todos alunos poderiam tirar proveito não só da vivência dos professores, mas de todos os presentes conforme fossem revelando suas experiências e dificuldades. Ainda, poderiam saber as causas que motivam determinado aluno a ser triste, daquele outro ser quieto, tímido entre outros e, ao invés de fazer gozações inúteis e idiotas, procurar compartilhar experiências tristes e boas criando uma amizade mais profunda do que aquela superficial. Isso provavelmente se refletiria no modo de se portar diante de seus iguais em uma sociedade capitalista antiética e com pouco interesse pelas dificuldades alheias.

2.4 Do papel da sociedade


Cabe a ela o mais importante e talvez difícil. Quebrar barreiras, derrubar preconceitos. O filósofo alemão Jaspers, apud Sarlet (2005 p. 20) afirma: "Eu sou na medida que os outros também são". O ser humano deve preocupar-se não só consigo, mas com todos que vivem ao seu redor. Desta forma haveria um contágio benéfico. Desejando o bem ao próximo e auxiliando-o a progredir moralmente, espiritualmente, materialmente nós estaríamos ajudando a nós mesmos. Não se pode ser realmente feliz vendo pessoas em situação de miséria. Além disso, para termos uma nação evoluída necessitamos de educação que ensine ciência e solidariedade. Uma criança de barriga vazia não consegue se concentrar para aprender quando se usam as vírgulas, qual a regra de acentuação das palavras, a tabuada, a ter um espírito solidário ela só pode se imaginar tendo algo para comer. E, neste caso, o carinho não vale de nada, pois carinho não mata a fome.


Outro fator importante é adotar o sistema de Gandhi tratando a violência com a não-violência. Em seu livro1, Morais revela o procedimento com os menores na Febem de São Paulo:


Esta é a triste e dolorosa relação das torturas e maus-tratos: 1) o pau-de-arara, em que o menor é amarrado e espancado com as mãos presas; 2) ajoelhar em grãos de milho e ficar nesta posição durante um bom tempo; 3) agressão com rodos em chuveiros; 4) violência com cassetetes de madeira camuflados com uma capa de borracha; 5) os castigos em cubículos individuais, onde a ventilação é péssima e o desespero do

menor fatalmente o leva a tentar o suicídio; 6) os espetos de varas finas que servem para espicaçar o menor em várias partes do corpo, principalmente os órgãos sexuais; 7) os choques (elétricos), em certas unidades conveniadas; 8) as drogas para acalmar os mais violentos e que paralisam as pernas evitando movimentação; 9) os espancamentos conhecidos pela terminologia "ir à missa", onde os garotos apanham nus; 10) a tática de acordar o menor de madrugada, levá-lo para uma sala isolada e aplicar-lhe surras de "aprendizado especial"; 11) isolamento em "cafuas", espécie de cadeia medieval e que em algumas unidades sempre existiram em locais subterrâneos; 12) a tática dos "telefones", que consiste em dar tapas com as duas mãos sobre os ouvidos e que leva invariavelmente a problemas de surdez para o resto da vida; 13) a tática do afogamento parcial para intimidar; 14) a tática de deixar os garotos seminus e levá-los a sessões denominadas psiquiátricas; 15) dar tapas na frente dos outros, o que leva à humilhação; 16) chamar a atenção em voz alta seguido de socos e pontapés; 17) puxar cabelos e orelhas do menor que cometeu alguma infração; 18) os estupros, com aquiescência dos funcionários; 19) o uso de chicotes para agredir; 20) a tática de vendar os olhos e espancar; 21) agredir o menor e depois isolá-lo em celas onde estrategicamente são colocados vidros para que ele tente o suicídio; 22) o uso de menores para tráfico de entorpecentes, para assaltos e com resultados repartidos; 23) 'bananinha' para dar choques elétricos, de 110 a 220 volts, no interior da pessoa" (a peça "bananinha" é introduzida no ânus).


Em outro trecho Morais (1981 p. 68) complementa:


Com sete anos, morava em Itaquera com minha mãe, meu pai e oito irmãos. Um dia fui na venda da esquina pegar o pão. Na volta, lá em casa estava tudo cercado de polícia. Eles gritaram para minha mãe e meus irmãos saírem que iam abrir fogo. Coisa do meu pai. Minha mãe custou a sair. Os garotos foram logo pra rua chorando. A polícia abriu fogo. Acertaram a mãe correndo ensangüentada até na minha frente. Depois meu pai. Levou um monte de tiros. Morreu na hora. Me lembro que um tempo depois eu estava indo pra Bahia com uns parentes meus, num trem grande, cheio de gente. Aí um cara olhou pra mim e perguntou por que eu estava chorando.


Como querer-se cobrar atitudes de seres civilizados se são tratamos como animais. Como pode um adolescente suportar tudo isso e ser um exemplo de cidadão. Ao freqüentar escolas não é de nos surpreender que tomem atitudes brutais e impensadas (Anexo A). Esta é a sociedade que deve mudar. A sociedade burra que só vê o superficial atendendo aos sofismas da burguesia neoliberal. Deve-se rever os conceitos sobre a violência. Aprofundar-se mais o entendimento sobre política e sociedade. A solução mais fácil e cômoda nem sempre é a ideal. A opressão está esperando chegar a sua vez. Aí você sentirá o que é ser oprimido, humilhado e marginalizado.



CONCLUSÃO


Concluí-se que a violência é tratada de forma errada. Não se conseguirá acabar com a violência simplesmente prendendo pessoas e pondo-as em celas como animais. Deve-se ver que um povo sem educação é um povo sem oportunidades de seguir sua vida com os próprios esforços, com dignidade. Um povo sem oportunidades é um povo sem esperança e isso torna suas vidas banais e sem valor. Com isso todas as vidas tornam-se sem valor para eles, até por que eles, dessa forma, não tem nada a perder.


Também nota-se que os verdadeiros marginais são os donos da situação. Eles cercam a população de baixa instrução junto com a fome e o descaso. Lembram-se deles apenas de quatro em quatro anos. Lhes dão uma cesta básica em troca do seu voto de confiança. Os autores da violência "primária" estão atrás da gravata e do colarinho. Em gabinetes espalhados por Brasília, São Paulo, Rio de janeiro. Estes fazem uma violência silenciosa, mas extremamente eficiente.


É necessário educar nosso povo para que eles também possam chegar, em grande número, a cargos políticos de expressão. Que possam ter discernimento na hora de votar. Que tenham consciência dos impostos que pagam, do dever que o estado tem para com eles. Também necessita de uma educação diferenciada aquele que possui condições de estudar.

Este necessita de educação humanista. Que lhe abra a sensibilidade, que o torne uma pessoa solidária e fraterna. Que lhe mostre os anseios dos oprimidos. Que lhe faça ver o mundo como sendo uma coletividade. Assim, a educação deve ser tanto para os ricos como para os pobres.


ANEXO A




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