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domingo, 26 de setembro de 2010

Banco do Papa entre mil mistérios e escândalos financeiros

A VERDADE NOS TORNA LIVRES....


fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=26035


Banco do Papa entre mil mistérios e escândalos financeiros

Para fora da tempestade dos mercados e para fora também das últimas incrustações de uma história, a das últimas décadas, rica também de aspectos nada louváveis. É a dupla missão, e não das mais simples, do tenaz banqueiro de Piacenza, na Itália, com sólidas relações além do Tibre, mas também além fronteiras, que toma posse agora naquela grande torre de Nicolau V que – potências dos símbolos topográficos – faz fronteira fisicamente também com o Palácio Apostólico.

A prioridade, em tempos difíceis para qualquer banco, é obviamente a de fazer, sim, com que o IOPRVAVX – é esse o código que, no circuito interbancário, identifica o Instituto para as Obras de Religião [IOR] – e os seus 40 mil correntistas e se estende a todos os funcionários do Vaticano possam dormir sonos tranquilos.

A reportagem é de Francesco Manacorda, publicada no jornal La Stampa, 24-09-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Porém, Gotti Tedeschi não deverá se esforçar muito, já que, como assegurou o ex-presidente Angelo Caloia, os investimentos estão marcados pela máxima prudência. "Nós não somos um banco", explicou ele há exatamente um ano à revista Famiglia Cristiana. "Não fizemos nem fazemos empréstimos. De tal modo, não há muitas perdas inexigíveis entre nós... Sempre fomos muitos prudentes na gestão das nossas finanças, ousaria dizer conservadoras".

Não foi divulgado muito mais do que isso, já que o IOR não publica balanços nem presta contas dos seus principais dados financeiros. Simplesmente, como indica o estatuto traçado por Pio XII em 1944 e depois revisto por João Paulo II em 1990, o Instituto que nascera em 1887 por iniciativa do Papa Leão XIII como "Comissão Ad Pias Causas", destinada a recolher e gerir o Óbolo de São Pedro, tem o objetivo de "prover o controle e a administração dos bens móveis e imóveis transferidos ou confiados ao próprio Instituto por pessoas físicas ou jurídicas e destinadas a obras religiosas e de caridade".

Um mandato que, já anteriormente, logo depois da assinatura dos Pactos Lateranenses e quando o IOR ainda era a Administração Especial para as Obras de Religião, Bernardino Nogara – proveniente de um banco leigo e de Milão como o Comit – havia interpretado de modo extensivo, colocando a completa liberdade de ação como condição para aceitar o seu cargo.

É história muito conhecida que, nas décadas posteriores ao empreendedor Nogara, tenham sido protegidos segredos inconfessáveis nos papéis – e sobretudo nos cofres – do Vaticano. O principal escândalo é obviamente o do Banco Ambrosiano. Aqui, o arcebispo lituano-americano Paul Marcinkus – originário de Cicero, cidade natal de Al Capone, é a inevitável nota que acompanha as suas biografias –, que chegou à presidência do Instituto em 1971, geriu uma irrefreável circulação de dinheiro de proveniência obscura drenado em cerca de dois bilhões de dólares dos cofres do Ambrosiano, controlado desde 1946 justamente pelo IOR, e contribuiu assim, de modo substancial, à quebra do próprio Ambrosiano em 1982.

Liquidação do banco, substancial proteção de Marcinkus sob o escudo da extraterritorialidade, admissão não de culpa por parte do IOR, mas certamente de uma responsabilidade objetiva visto que, dois anos depois, o Instituto versava aos bancos creditícios do Ambrosiano uma soma pouco superior a 400 milhões de dólares como "contribuição voluntária". Com a reestruturação do Instituto em 1989, outro banqueiro de Milão foi chamado, Angelo Caloia.

Mas também nesses anos a sombra de outros movimentos suspeitos, de uma parte do maxissuborno Enimont, acertou a magistratura milanesa – em operações que envolviam o Banco da Suíça italiana administrado por Giampiero Fiorani. Agora, depois de 20 anos, ônus e bônus passam para Gotti Tedeschi.

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