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quinta-feira, 17 de julho de 2008

CEEE - UMA DECEPçAO





Tantos almejam superar um concurso pùblico e, por conseguinte, fazer parte do funcionalismo pùblico. Infelizmente, depois de realizar esses passos, nos deparamos com chefes incompetentes, despreparados que ocupam seus cargos, nao por questao de méritos, mas pelo conhecido "puxa-saquismo" mesmo.



Recordo-me o gerente regional da CEEE de Osòrio, sr. Manoel Cândido Silveira... quando o PT governava o RS em 2001 sua mesa era colocada atràs de uma porta na gerencia administrativa da rua Jorge Dariva n° 995, nao sei nem qual era sua funçao ali, pois era mais um simples empregado e respondia a chefia daquele setor. Quando entrava na sala tìnhamos que tomar o cuidado de nao bater com a porta na sua cara. Depois, é engraçado, quando Rigotto ganhou as eleiçoes para governador do RS, saltou daquele lugarzinho para a sala exclusiva de gerente regional de Osorio (daì tinha até secretària.... rsrs sò nòs mesmo!!!!)



Ahhh, esse senhor foi o mesmo que armou minha demissao depois que protestei, através dos expedientes internos 31851/02 e 25278/03, contra os vìcios e a mà administraçao de recursos da gerencia e pedi melhores condiçoes para se trabalhar...



Minha experiencia nesse particular setor foi desastroso, decepcionante. Recursos nao faltam, mas os equipamentos sao obsoletos. Gerentes reclamam que nao tem verbas? Mas o problema é outro: Verbas existem o que acontece é que elas nao chegam onde deveriam... Como afirma o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Renner, em entrevista ao Jornal do Comercio

(http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/clipping/id67613.htm):



Jornal do Comércio - Qual vai ser a dinâmica de trabalho da força-tarefa?



Renner - Vai ter um núcleo de sete colegas, que podem se agregar a outros se houver necessidade. A atuação será diária e exclusiva nos expedientes específicos. Temos a compreensão de que o Ministério Público precisa dar uma resposta ágil e se posicionar em relação a essas suspeitas e denúncias. Temos já experiências da CEEE em tramitação. Alguns expedientes não tratam de desvio de recursos - são irregularidades, principalmente em processos licitatórios. No próprio Banrisul tivemos problemas licitatórios, não houve licitação em relação a Faurgs, o que não quer dizer que houve desvio de recursos públicos. Esta é outra situação que deve ser apurada.



JC - São quantos os processos relacionados ao Estado?



Renner - Temos 17 procedimentos na questão do Detran. Da CEEE são 11, ...





Outro exemplo é essa onda de corrupçao do governo Yeda



(retirado do site http://www.mariadorosario.com.br/noticias.php?id=1170)





CRIME DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE MEMBROS DO GOVERNO



Conversa entre o ex-secretário da Casa Civil, César Busatto, e do vice-governador, Paulo Feijó, confirma a utilização criminosa de verbas públicas das estatais (DETRAN/BANRISUL/CEEE/CORSAN/DAER) para o enriquecimento de pessoas e de partidos, esquema conhecido por ambos, como disse Busatto:



“Eu não tenho dúvida de que o Detran é uma grande fonte de financiamento... E o Banrisul, com certeza, nesses quatro anos”.





E assim funciona. Dentro, se ve mais politica que trabalho. Muitos dos colegas da compagnia sao preguiçosos, mal-intencionados, chegam para trabalhar às 08:00, mas jà estao com a cabeça nas 17:00!!



Certo que existem aqueles sérios, que se dao o que fazer como era o caso do chefe da SLF e meu ex-chefe Carlos Santini (nem sempre simpàtico..rsrs ) ou do colega Jorge Fontoura, ou do chefe do NPC, Sr. Armando César Ribeiro. Me lembro também do "incansàvel" Joel dos suprimentos sempre em guerra constante com a gerencia de Porto Alegre para obter materiais. (Meus pesames Joel... o problema nao é mà vontade, tu nao conseguia material por que a CEEE nao tem verba para esse tipo de coisa!!!! é de admirar que pessoas como o Joel ainda batem cabeça e nao entendem que a CEEE nao tem verbas para o seu core business, mas sò para o core business dos seus dirigentes e polìticos...)



Certo que aprendi muito por là, principalmente o que nao fazer... visto que os bons exemplos sao poucos.



E, jà que estamos no argomento, publico meu expediente interno numero 25278/03 que motivou minha demissao. Direcionei-o, devido à hierarquia, ao meu chefe da época, Sr Carlos Santini, que ao contràrio dos demais foi muito sincero e honesto, chegando ao ponto de aconselhar-me e perguntar se eu realmente queria que ele desse prosseguimento ao expediente. Obrigado Santini!





Ao Sr.

Carlos Santini

Chefe Seção Ligação e Fiscalização







Venho, respeitosamente, expressar, de forma clara e direta, sem hipocrisia e cinismo, minha desmotivação ocasionada por atitudes de superiores e meu descontentamento com a Gerência Regional de Osório. Não quero ser taxado de “rebelde”, como já ouvi alguns comentários, por ter posições, opiniões e forma de agir contrárias e/ou diferentes das praticadas por muitos dos chefes desta Gerência (vide e-mail QVT, folha 57, item 8). Não quero ser taxado de “rebelde” por querer sempre ser o mais idôneo e correto possível e não admitir tratamentos desiguais, desrespeitosos, autoritarismo retrógrado ou omissão por parte de alguns superiores que não assumem nenhuma responsabilidade, que só “empurram para a frente” os problemas, que se dizem os donos da verdade e não têm a humildade para descer de seus pedestais, sabendo que sua omissão, em muito, prejudica nossa empresa que é nosso meio de sustentação social e que proporciona nossas pequenas conquistas materiais. Sobre minha radical intolerância à omissão e a falta de imparcialidade de algumas pessoas, tenho uma frase para expressá-la de forma clara e objetiva, dita por, nada mais nada menos que a alma mais elevada moralmente que conhecemos, Jesus Cristo. Eis ela: “Seja quente ou seja frio; não seja morno que te vomito”. Esta frase nos faz vislumbrar um princípio. Sigo-o, por isso não consigo me manter na inércia da indiferença e do silêncio. A minha rebeldia, como dizem alguns, é movida e alimentada pelo meu caráter e minha consciência, os quais sempre me cobram as atitudes do meu dia ao deitar para o descanso noturno. Quero ter dignidade suficiente para dizer pessoalmente o que estou passando e sentindo para que não fique circulando pelos corredores os boatos – situação que acho deplorável e insuportável. Creio que, nos dias de hoje, com a mentalidade renovada por parte da nossa Companhia, se pode ser sincero e expressar opiniões livremente, sendo que visam a melhora do ambiente de trabalho e o crescimento pessoal e profissional. No meu ponto de vista, se todos fizessem o que estou fazendo, nossa Gerência seria um lugar muito mais sadio para trabalhar.



Quero aproveitar a oportunidade para esclarecer o por que da minha “rebeldia”. Meu ressentimento não é de hoje, mas culminou e teve seu ápice na suspensão que me foi imposta no dia 08 de abril de 2003, após duas advertências, as quais considero injustas e que, a qualquer momento, posso explicar e justificar a quem quer que interesse. O significado da primeira advertência, lavrada no dia 13 de janeiro de 2003 quando ainda trabalhava na SOD, subordinado aos Serviços Técnicos, foi, utilizando-se de uma linguagem metafórica, para que os demais empregados novos vissem que quem contrariasse as ordens do(s) Rei(s) teria sua cabeça decapitada e exposta em praça pública. O mais engraçado é que, no dia do ocorrido, liguei para a Seção e expliquei a situação que ocasionou o incidente para o chefe da SOD. O mesmo entendeu a situação e se dispôs a negociar a minha falta, entretanto, dias depois, me advertiu por escrito atendendo à pressão feita pelo Sr. José Antônio C. Andrade. Não quero dizer que havia uma perseguição em relação a minha pessoa( vide folha 06 e 07), mas que havia, no mínimo, algo estranho, levando em consideração que , caso fossem adotados os mesmos critérios, haveriam muitos outros casos passíveis de advertência como impontualidades, atraso de até DOIS DIAS no retorno das férias, entre outros. E a segunda, já advertido pelo Chefe da Seção de Ligação e Fiscalização, com todo respeito a excepcional qualidade profissional, organização e competência, foi a comprovação da total falta de diálogo, de humildade em admitir um erro e de autoritarismo exercido - em alguns momentos - pelos nossos colegas que possuem uma gratificação de confiança.



Além disso, soma-se inúmeros desentendimentos com relação a diferenças ideológicas na maneira de trabalho, na maneira de tratar os colegas de empresa, na maneira de agir e na consideração devida aos nossos clientes e, ainda, na maneira de administrar a frota de veículos da Gerência onde alguns veículos são, praticamente, particulares e intocáveis. Exemplifico:



Em fiscalizações realizadas nas redes construídas pela CRT, eram detectadas inúmeras irregularidades tais como:



- Altura dos cabos telefônicos abaixo do mínimo permitido; o que pode ocasionar acidentes de trânsito, acidentes com cidadãos (choques), defeitos e interrupções no fornecimento de energia, prejuízos materiais com trocas de estruturas, cabos e ferragens, multas devido a violação dos índices de DEC e FEC, danos a imagem pública da CEEE perante a comunidade com a descontinuidade do fornecimento de energia, queima de aparelhos, etc.., pois os veículos mais altos podem enredar-se nos cabos telefônicos, tracionando a cordoalha que por sua vez repassa o esforço para os postes, quebrando-os, arrebentando os cabos e provocando entre choques entre os cabos de BT.



- Instalação de postes de 9 metros sob a rede de média tensão da CEEE onde a altura deveria acompanhar a posteação de 11 metros (ou mais); o que pode ocasionar os mesmos defeitos e problemas descritos acima, pois com a dilatação dos condutores devido ao calor produzido pela alta corrente em horários de pico ou com o balanço dos condutores pelo vento poderia fazer com que os cabos tocassem o topo do poste, queimando-o.



- Instalação de postes sem as armações secundárias para sustentação dos cabos da CEEE; podendo ocasionar os mesmos defeitos e problemas descritos anteriormente, pois, no caso de chuva, os condutores poderiam, através da água acumulada no poste, se curto circuitarem, tendo em vista que estão sem a isolação necessária entre os cabos e o poste. Salienta-se que os cabos permanecem em contato permanente com o poste.



- Falta de estais em finais de rede CRT, provocando quebras de postes, devido ao esforço demasiado ocasionado pela tração da cordoalha mensageira somada ao peso do cabo, gerando os mesmos defeitos e problemas descritos anteriormente.



- Ancoragem de rede em postes com equipamentos da CEEE (transformadores, chaves óleo, etc..) situação não permitida de acordo com NSSD-058, podendo provocar quebras de postes, devido ao esforço demasiado ocasionado pela tração da cordoalha mensageira somada ao peso do cabo, gerando os mesmos defeitos e problemas descritos anteriormente.



Tirava xerox de todo o projeto, para que pudesse possuir postes numerados e descritos, um a um, a fim de evitar qualquer engano (vide e-mail QVT, folha 57, item 1), elaborava relatórios depois do horário normal, para enviar à CRT para que esta sanasse as deficiências técnicas. Porém se passava 15 dias, um mês e nenhuma atitude era tomada. Solicitava junto ao ST alguma providência, entretanto não me era dado apoio, trabalhava em vão, não via os resultados, pois não eram assumidas responsabilidades e tomadas atitudes por quem deveria faze-las. Me preocupava em embargar obras que não estavam com a documentação devidamente correta, para depois não ser tomada nenhuma atitude com a finalidade de acabar com a “festa” que os ocupantes faziam (e ainda fazem) em nossas estruturas e evitar todos os problemas descritos anteriormente. Isso era de uma desmotivação tremenda, pois você trabalha um dia, uma semana para, depois, não ver frutificar seu esforço. Isso deixa qualquer profissional chateado. Sem falar que não vejo nenhum propósito, muito menos moral, em pagar um empregado para que realize determinadas atividades em troca de, nem mesmo, um único benefício para a Companhia.



Em relação à maneira de agir e a consideração devida aos nossos clientes tenho outro exemplo:



- O consumidor teve seus motores queimados devido a um defeito em uma malha aérea. Entrou com um pedido de indenização e lhe foi enviada uma correspondência padrão, a qual não fornece muitas informações, indeferindo a solicitação. O mesmo, um tanto frustrado com a carta, ligou para a CEEE com a finalidade que alguém lhe desse, no mínimo, uma satisfação razoável. Depois do cliente ficar de ramal em ramal por um bom tempo, sua ligação foi transferida para o telefone da SOD a qual, prontamente, atendi. Então, o Senhor, muito irritado pela demora por ninguém ter se disposto a atendê-lo, xingou a todos, inclusive a mim, e me perguntou se, finalmente, alguém iria ajudá-lo. Respondi que, se me fosse possível, com certeza iria lhe auxiliar. Ele me expôs sua insatisfação em receber uma carta com um conteúdo tão vago e me solicitou alguma explicação. Lhe informei que não lhe foi indenizado, pois, de acordo com a norma da Companhia e com a NBR 5410, os motores deveriam possuir dispositivos contra falta de fase e sobrecorrente e que as instalações elétricas que abrangem motores são obrigadas a ter. Ele me solicitou por escrito as informações e respondi que me comprometeria com isso, pois acho que devemos sim, e muito, satisfação ao consumidor quando requerido – opinião diferente dos Serviços Técnicos. Elaborei um texto citando a NBR 5410, sua página e capítulos onde eram descritos os dispositivos de proteção. Levei ao conhecimento da Eng. Carla para que ele conferisse o conteúdo. Após análise, me deu o OK. Levei-a ao ST para que fosse encaminhada a correspondência, devidamente corrigida pela Sr.ª Carla, para o consumidor. No ST, a carta foi barrada com a explicação de que não tínhamos que dar satisfação a nenhum consumidor, pois ninguém é diferente. Uma semana depois o consumidor liga, indignado, para a SOD querendo falar comigo e me cobrando resposta. Lhe atendo, lhe explico que eu não poderia lhe enviar por escrito sem o aval de meu superior e me pus a ler a carta. O consumidor, depois de ouvir, pede mil desculpas, diz que entende minha situação, se identifica dizendo que é dono do Pinguela Parque e me faz elogios que abafaram a minha indignação com a falta de respeito, por parte da CEEE, com o mesmo. A melhor sensação, que se pode ter como profissional prestador de serviços, senti naquela hora com o agradecimento do consumidor e que também serviu para me acalmar diante do acontecimento que achei absurdo para os dias atuais.



Em relação à frota de veículos da Gerência posso dar outro exemplo:



- Tínhamos solicitações de instalações de MUG da AGERGS com curtos prazos para resposta. Havia programado um dos equipamentos para instalar imediatamente em uma UC no bairro das Laranjeiras. Como a equipe contratada do Sr. Roberto estava atendendo a alguns defeitos não quis interrompê-lo para que instalasse o medidor e fui solicitar um veículo ao colega de outro setor, pois era o único no pátio da área técnica. O colega me negou, dizendo que era um veículo só para emergências e que teria que esperar algum carro chegar, sendo que todos sabem que o veículo é quase que tido como particular por dois funcionários. Resultado? Mais uma vez indignado, voltei para o SOD, não instalei o MUG e a resposta foi com o prazo vencido para a AGERGS.



Existem muitos outros acontecimentos, não só comigo como com colegas, entretanto considero demasiado e desnecessário o apontamento de mais atitudes incompatíveis com o bom senso e a ética.



A motivação vai diminuindo como um estopim. Você até pode apagá-lo, mas quando reiniciar não vai começar do início e sim de onde parou a última vez. A isso comparo minha motivação pelo trabalho. Não é mais a mesma de quando cheguei em Osório no dia 24 de maio de 2001.



Agiganta-se a minha sede pela transferência, o fato de minha mãe morar sozinha. Como já citei no EI extraviado, em certa noite de chuva, dois meliantes invadiram minha casa em Novo Hamburgo e fizeram minha mãe de refém. Lhe apontaram uma arma, vasculharam toda a casa, lhe levaram dinheiro, o que tinha de valor e ainda lhe fizeram levá-los ao bairro Canudos, um dos mais perigosos e violentos da cidade, mas graças a Deus não lhe fizeram nada de mal. Outro fator que me preocupa é devido a ela ter já uma idade mais avançada e ter sérias complicações de saúde. Como mostra os exames anexados a este EI, da folha 08 a 50, ela sofre de problemas com cálculos renais desde o ano de 1995. Já fez diversas litotripsias. Retirou o pâncreas repleto de cálculos e que já não funcionava mais corretamente. Ao levar as “pedras” para laboratórios de análise eles não conseguem precisar a origem e formação das mesmas. Em crises de dor, a pessoa portadora deste problema, pode chegar ao desmaio devido a intensidade da dor. Soma-se, a tudo isso, o fato dela, atualmente, tomar Verotina (remédio anti-depressivo, vide receituário folha n° 51) para depressão assim como meus dois avôs. Por ser filho único, em alguns dias, minha concentração no trabalho não existe – Fato que se consolidou no dia em que houve um incidente em Santo Antônio da Patrulha. Enquanto substituía um medidor de KWh houve um curto-circuito nos condutores do ramal de entrada e os bórnes do ME, onde tive a mão direita chamuscada pelo calor gerado pelo arco elétrico e posterior curto-circuito. Não estava usando as luvas para manuseio com medidores, pois não havia peças para reposição no almoxarifado a cerca de dois meses -. Não bastaste esta preocupação, ainda me preocupo com minha noiva, que mora em Esteio, e que e que estuda a noite em São Leopoldo, outro lugar onde a criminalidade já está quase sem controle. Para piorar, no dia 29/05/03, teve de se submeter a uma biópsia, conforme receituário anexo folha n° 52, solicitada pela médica ginecologista do Hospital da Aeronáutica de Canoas, para descobrir a causa de manchas que surgiram em seus exames anteriores. Para comparecer aos exames e solicitar consultas ela precisa sair de casa às 04h30min da manhã para chegar na base aérea de Canoas onde fica o hospital, tendo em vista que não possui locomoção própria.



Referente a mim, estou desmotivado por morar em Osório e não ter as mesmas opções de lazer e entretenimento com as quais me acostumei, desde infância, no Vale dos Sinos. O dia parece não ter mais cor, apenas um tom cinza. Parece que não tenho mais vontade de acordar pela manhã, ir trabalhar e admirar o dia. Me distanciei de muitos amigos e perdi a amizade de outros por causa da distância. Me preocupo com meus estudos, que há dois anos estão estacionados, por não ter a possibilidade de cursar Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Potência, pois , pelo que sei, somente é ministrado na PUC/RS e na UFRGS, universidades que não possuem locomoção saindo de Osório. No dia a dia do trabalho, noto que minha competência e capacidade de encontrar soluções para situações problemáticas estão sendo substituídas pela irritabilidade e intolerância a quaisquer atos diferente da minha vontade. Todas estas frustrações e acontecimentos foram me deixando preocupado com as atividades profissionais. Sinto, cada vez mais fortes, sintomas como desânimo, sono constante, irritação, impaciência, falta de atenção e memória. Fui aconselhado pela minha família a procurar um acompanhamento psicológico e a, aproximados, dois meses venho tendo uma sessão por semana com a Dr.ª Liliane em Novo Hamburgo. Depois de quatro consultas ela diagnosticou, conforme laudo anexo folha n° 55 , que, assim como minha mãe, estou com sintomas de depressão e me sugeriu que tomasse alguma medicação. Não aceitei, pois não sou adepto de tratamentos químicos e tenho a esperança de que a Companhia terá visão e, obviamente, notará que meus problemas têm uma causa bem definida e que podem ser, facilmente, não digo eliminados, mas, drasticamente, diminuídos. Mantendo-me no campo da saúde, apresento a algum tempo, aproximados seis meses, problemas de coluna. Já fiz radiografias, me receitaram que fizesse fisioterapias e uma ressonância magnética, conforme anexo folhas 53 e 54, as quais ainda não pude fazer.



Considerando que:



- a transferência do empregado Fábio de Oliveira Almeida acarretou na duplicação dos meus gastos em despesas como aluguel, água e luz, os quais não teria caso estivesse em Porto Alegre,



- os gastos descritos acima poderiam estar sendo empregados em estudo, onde poderia pagar até quatro cadeiras na universidade e, conseqüentemente, desenvolver minhas qualidades profissionais e intelectuais (conforme e-mail QVT, folha 57, item 3),



- não estou descontente com a CEEE, que aliás é uma excepcional Companhia, mas sim com a Gerência Regional de Osório (vide e-mail QVT, folha 57, item 9),



- minha solicitação se prolonga por longos dez meses e que, APÓS o meu pedido, três funcionários já deixaram a Gerência Regional de Osório sem qualquer troca de empregados,



- atualmente me encontro com diversos problemas de ordem pessoal e emocional como já descritos acima,



- a solicitação, caso atendida, me ajudaria, em muito, no confronto com meus problemas familiares,



- a solicitação, caso atendida, ocasionaria um bem mútuo, tanto para mim quanto para a CEEE, tendo em vista que estaria mais satisfeito e com ânimo renovado para realizar minhas atividades beneficiando, assim, a própria CEEE (vide e-mail QVT, folha 57, item 9),



- conforme contato feito com o Senhor José R. Becker Leitão, chefe da Seção de Programação da Manutenção de Porto Alegre, há a possibilidade de acolhimento de um eletrotécnico por parte da referida seção.

Conclui-se que a melhor opção, tanto para a CEEE quanto para mim, seria a efetivação da transação, tendo em vista os inúmeros fatores positivos que poderia acarretar.

Saliento que minhas divergências e o motivo da desmotivação se reservam, restritamente, as metodologias, falta de imparcialidade e ideologias de trabalho adotados pela Gerência Regional de Osório e, em nada, se dirigem a qualquer colega da Companhia, pois tenho a todos como excelentes colegas e aos quais devo muita admiração e respeito.



Considerando, ainda, que esta carta está, em muito, aparada pelas idéias e propósitos do QVT, espero que este “desabafo” sirva como algo produtivo para a Gerência. Sirva como um meio de alerta para questões pertinentes à satisfação dos empregados que são subordinados e não tem voz perante a Gerência. Tenho certeza que estas palavras não se fazem só minhas. Tenho certeza que estas palavras estão entaladas na garganta de muitos dos meus colegas que não têm, entretanto, a mesma confiança e coragem de expressá-las publicamente (vide e-mail QVT, folha 57, item 2). Faz-se observar a quantidade de pedidos de transferências que estão em andamento. Acredito que com a admissão dos novos empregados concursados, com estudo e formados intelectualmente, nossa Companhia se deparará com a necessidade de derrubar velhos conceitos obsoletos como autoritarismo demasiado (vide e-mail QVT, folha 57, itens 2 e 4) para adentrar em uma nova era que já é uma realidade no mercado de trabalho.





REFLEXÃO:

“MORRE LENTAMENTE

QUEM NÃO VIAJA,

QUEM NÃO LÊ,

QUEM NÃO OUVE MÚSICA,

QUEM NÃO ENCONTRA GRAÇA EM SI MESMO.

MORRE LENTAMENTE

QUEM DESTRÓI SEU AMOR PRÓPRIO,

QUEM NÃO SE DEIXA AJUDAR.

MORRE LENTAMENTE

QUEM SE TRANSFORMA EM ESCRAVO DO HÁBITO

REPETINDO TODOS OS DIAS OS MESMOS TRAJECTOS,

QUEM NÃO MUDA DE MARCA,

NÃO SE ARRISCA A VESTIR UMA NOVA COR

OU NÃO CONVERSA COM QUEM NÃO CONHECE.

MORRE LENTAMENTE

QUEM EVITA UMA PAIXÃO E SEU REDEMOINHO DE EMOÇÕES,

JUSTAMENTE AS QUE RESGATAM O BRILHO DOS OLHOS

E OS CORAÇÕES AOS TROPEÇOS.

MORRE LENTAMENTE

QUEM NÃO VIRA A MESA QUANDO ESTÁ INFELIZ COM O SEU TRABALHO, OU AMOR,

QUEM NÃO ARRISCA O CERTO PELO INCERTO PARA IR ATRÁS DE UM SONHO

QUEM NÃO SE PERMITE, PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA,

FUGIR DOS CONSELHOS SENSATOS...

VIVA HOJE !

ARRISQUE HOJE !

FAÇA HOJE !

NÃO SE DEIXE MORRER LENTAMENTE !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ !”

Martha Medeiros





Creio que elucidadas todas as questões e motivos os quais me levaram ao atual descontentamento e solicitação da abertura deste Expediente, reencaminho meu pedido de transferência para que seja feita uma nova análise.







Ciente da compreensão por parte dos Senhores,







Atenciosamente,









VINÍCIUS RITTER

RE: 32415-9





“Nascer, viver, morrer, renascer ainda e PROGREDIR continuamente, esta é a lei”



Em: 13/06/03

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